“Mandou o Luís para o chão e começou a dar-lhe pontapés nas costelas”, diz Rosa Grilo
Um excerto das alegadas declarações de Rosa Grilo ao tribunal de instrução foi revelado pelo Correio da Manhã, dando detalhes mais pormenorizados sobre a versão da viúva quanto ao homicídio de Luís Grilo.
Na parte divulgada pelo jornal, é possível perceber que Rosa Grilo insiste na tese de que o marido, o triatleta Luís Grilo, foi assassinado por três homens que invadiram a casa, a 16 de julho.
“Não tenho a certeza se seria antes das oito da manhã. Bateram à porta e nós vivemos num sítio descontraído, pensei que fosse o padeiro e fui-lhe abrir a porta. Quando abri, empurraram-me a porta e entram três fulanos”, contou a principal suspeita do crime.
“Assim que entraram, taparam-me a boca”, continuou.
Luís Grilo, encontrado morto semanas após o crime, “estava ainda deitado”, no piso de cima.
“Acho que nem ouviu sequer a porta”, acrescentou Rosa Grilo.
A viúva descreveu ao tribunal os três supostos invasores
“Um senhor era branco e havia outros dois indivíduos, um mais negro e outro mais clarinho. O branco era mais ou menos da minha altura e os outros dois senhores eram bem mais constituídos e mais altos”, contou.
Rosa Grilo referiu ainda que “o mais escuro tinha cabelo tipicamente africano e tinha assim uma barbicha”.
Quanto à idade, “o branco” teria “uns 50 e muitos, os outros dois rapazes deviam estar na casa dos 20 e tal, 30, não teriam mais”.
“Entretanto, o Luís ouviu a agitação e desceu”, continuou a arguida.
“A partir daí, foi tudo muito confuso, porque começaram a agarrá-lo e a bater-lhe e bateram-me a mim. O que era branco começou a agredir o Luís, mandou-o para o chão, começou a dar-lhe pontapés nas costelas e a perguntar ‘onde é que está aquilo que me deves?'”
Rosa Grilo é principal suspeita do homicídio de Luís Grilo, a par do alegado amante. Ambos encontram-se em prisão preventiva.
O CM não adiantou como obteve acesso às declarações da arguida ao tribunal.
