Nas Notícias

“Isto não se faz. É lamentável”. Moita Flores critica gravação de conversa com Rosa Grilo

Rosa Grilo terá confessado o crime que tirou a vida a Luís Grilo. Numa conversa telefónica divulgada pela CMTV, entre um elemento que já fez parte da defesa de Rosa Grilo e a própria, a mulher assume a autoria do disparo, com a pistola de António Joaquim. Francisco Moita Flores critica o ex-inspetor que fez a gravação, por um ato “sórdido”, que não traz nada de novo ao processo. 

Um antigo inspetor da Polícia Judiciária, João de Sousa, agora consultor forense, terá mantido uma chamada telefónica com Rosa Grilo onde, alegadamente, a mulher confessa o crime que tirou a vida a Luís Grilo. 

No diálogo, a arguida manifesta o desejo de não avançar com mais recursos. Confrontada com a versão dos angolanos, diz que é falsa e criada pela própria. O inspetor confronta a mulher, alegadamente Rosa Grilo, se esteve envolvida na morte de Luís Grilo. A resposta é afirmativa. 

A confirmar-se a veracidade deste diálogo, e o facto de Rosa Grilo ser de facto a interlocutora, é a primeira vez que a arguida confessa o crime. Porém, Francisco Moita Flores critica o consultor forense por, alegadamente, gravar e divulgar este diálogo.  

Em declarações à CMTV, Moita Flores classifica este ato de “espetáculo sórdido” que “não traz nada de novo” ao processo e que “fere direitos” da arguida. 

“É lamentável que alguém que tem a confiança desta senhora a ponha em público. Este comportamento é de uma imoralidade tão grande. Possivelmente, ela não estava a saber que estava a ser gravada. Isto ultrapassa aquilo que são as fronteiras do Direito, que se traduz num espetáculo obsceno”, comenta Moita Flores, que também é um antigo inspetor da Polícia Judiciária, em declarações à CMTV. 

Moita Flores refere que o processo chegou ao fim. E aponta o dedo a João de Sousa. Partindo do princípio de que a conversa é real, Moita Flores diz que a sua divulgação “desonra as pessoas”. E aponta o dedo a João de Sousa.

“Isto não se faz. Não se deve fazer. Até porque é contra qualquer procedimento. Ele não é advogado, mas era assessor da defesa, portanto estava obrigado aos mesmos compromissos que a advogada”, diz. 

“É preciso saber se a senhora sabia que estava a ser gravada. Isto pode ferir os direitos de dever de confidencialidade desta arguida perante este processo que, como se sabe, ainda não está terminado”, complementa, num comentário à estação televisiva. 

Francisco Moita Flores entende que Rosa Grilo “talvez não acreditasse que a chamada fosse divulgada”, mas também coloca outros cenários em cima da mesa. O comentador da CMTV fala em “espetáculo sórdido”, completamente inócuo. 

“É muito possível que não saiba [que a chamada foi gravada]. Admito que Rosa Grilo se predisponha a este espetáculo, que é um espetáculo sórdido que não traz nada de novo ao processo”, conclui. 

No diálogo com um elemento que fez parte da defesa de Rosa Grilo, a mulher confessa que matou Luís Grilo.

Moita Flores alega que estes registos não devem ser recolhidos e expostos na praça pública, porque não é um procedimento que respeite as boas práticas de investigação.  

Em destaque

Subir