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“O beijo, numa criança, pode ser uma violência”, diz Manuela Moura Guedes

Manuela Moura Guedes tomou uma posição sobre a polémica da violência dos beijinhos aos avós. No seu espaço do Jornal da Noite, na SIC, a ‘procuradora’ referiu que as declarações de Daniel Cardoso não são totalmente descabidas. “O beijo, numa criança, poder ser uma violência”, referiu.

“Quando a avozinha ou o avozinho vão lá a casa a criança é obrigada a dar o beijinho à avozinha ou ao avozinho, isto é educação e estamos a educar para a violência no corpo do outro”, assumiu Daniel Cardoso, no programa Prós e Contras, da RTP.

As declarações do professor universitário geraram polémica nos últimos dias, com o próprio a esclarecer, em entrevista ao Diário de Notícias, que não escolheu o exemplo “ao acaso”, e que esteve no centro do furacão porque “isto mexe com a sensação de pureza e da naturalidade das relações familiares”.

Manuela Moura Guedes, na intervenção desta noite, considerou que as declarações de Daniel Cardoso “não são totalmente descabidas”.

“Eu concordo com a primeira parte, não concordo com a segunda. Dar beijinhos aos avós e, depois, na adolescência, isso ter efeitos, não me parece”, começou por dizer. “Concordo [que é violento] obrigar as crianças a dar beijinhos contra a vontade delas, mesmo que sejam aos avós”.

“É uma zona de afetividade. E o beijo é a manifestação dessa afetividade. Deve-se ensinar o respeito, deve-se ensinar regras sociais, mas as crianças são seres em bruto. Quando manifestam que gostam de alguém fazem-no espontaneamente. O beijo, para nós [adultos], pode ser uma regra social, para as crianças pode ser, de facto, uma violência”, esclareceu.

“Estranho é que uma criança não queira dar um beijo aos avós, a alguém da família”, acrescentou.

 

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