Economia

Aumentar o salário mínimo é agravar o desemprego, insiste Bruxelas

A Comissão Europeia (CE) deixou novamente o aviso: aumentar o salário mínimo nacional (SMN), como pretende a esquerda, só agrava o desemprego de longa duração. Bruxelas voltou a defender, na terceira avaliação do pós-programa de ajustamento, que Portugal continua a precisar da… austeridade.

Segundo a CE (na qual não consta que se ganhe o salário mínimo), subir o SMN “é particularmente prejudicial para a empregabilidade dos trabalhadores pouco qualificados, cujas perspetivas laborais já são sombrias” no presente, como demonstram “as taxas de crescimento do emprego trimestrais continuamente negativas (comparando com o grupo com qualificações médias e altas)”.

“As perspetivas de redução da persistente proporção de desempregados de longa duração não estão a melhorar à luz das novas subidas do salário mínimo”, reforçou Bruxelas, numa crítica à intenção do Governo, que aumentou o SMN de 505 para 530 euros (em Janeiro), em “aumentar progressivamente o salário mínimo até 600 euros por mês em 2019”, 14 vezes por ano.

“Os aumentos recentes e planeados não parecem alinhados com a evolução macroeconómica em termos de inflação, desemprego e crescimento global da produtividade”, insistiu a CE, salientando que, “em 2014, quase 42 por cento dos trabalhadores tinham um rendimento mensal inferior a 600 euros”.

Para Bruxelas, o que faz falta é… mais austeridade em Portugal. É preciso cortar mais 0,4 por cento do PIB potencial no défice público.

“Tendo em conta as projeções orçamentais na previsão de inverno e a avaliação da Comissão aos riscos de implementação de algumas das medidas adicionais, ainda há um risco de desvio significativo face ao esforço recomendado”, alertou Bruxelas: “O congelamento do consumo intermédio e os ganhos de eficiência noutras despesas correntes não foram incluídos na previsão, pois não estavam suficientemente especificadas no projeto de plano orçamental”.

“De acordo com a previsão de inverno da Comissão, os riscos para as perspetivas orçamentais são negativos, ligados às incertezas em torno das perspetivas macroeconómicas, a possíveis derrapagens da despesa e à possível falta de acordo em torno das medidas de consolidação necessárias”, continuava o texto do relatório.

De acordo com os dados do INE, o desemprego de longa duração (pessoas à procura de trabalho há 12 meses ou mais) subiu de forma pronunciada entre 2011 e 2013 e, mesmo após uma fase de alívio, atingia 410,7 mil pessoas em 2015, mais 44,7 mil do que em 2011.

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