Economia

“O grande problema do país é que os salários são baixos”, diz Assis

O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Francisco Assis, recusou comentar a polémica em torno do salário mínimo nacional (SMN), apelando a uma “solução consensual”.

Em entrevista à Renascença, o ex-candidato à liderança do PS não se colocou ao lado de António Costa, que prometeu subir o SMN até 750 euros em 2023, nem ao lado de Rui Rio, que considerou tal proposta demagógica face à crise gerada pela pandemia de covid-19.

“Tenho algum dever de reserva e não quero entrar no comentário político das diversas declarações que têm vindo a ser proferidas. Não me devo inclinar para lado nenhum”, começou por referir Assis, acrescentando depois ser “inquestionável que o salário mínimo em Portugal é baixo, como são baixos todos os salários em Portugal”.

“O grande problema do país é que os salários são baixos. Isso é talvez a grande questão que tem de ser colocada nos próximos anos, que tem que ver com o crescimento da economia portuguesa”, alertou.

Para o presidente do CES, é urgente voltar ao crescimento económico e promover o aumento da produtividade para que seja “possível aumentar substancialmente os salários em Portugal”.

“O nosso salário médio é muito, muito, muito baixo. O salário mínimo é muito baixo”, insistiu Assis, reconhecendo-se que o SMN “está a colar-se ao salário médio”.

“É muito difícil viver com valores salariais tão baixos. Há muitos portugueses que vivem com enormes dificuldades”, reconheceu o antigo eurodeputado (eleito pelo PS).

Porém, Assis também admitiu que “estamos a viver uma crise muito profunda” e que “a preservação do emprego tem que ser um verdadeiro objetivo nacional”, as ideias defendidas por Rui Rio.

“Não estou a dizer isso”, garantiu, quando questionado se concordava com o presidente do PSD.

“Estou apenas a dizer que estas preocupações têm de coexistir. A preocupação de estar atento à necessidade de aumentar salários e em particular o caso do salário mínimo, é obviamente uma preocupação”, reforçou.

“O que eu creio que se terá que encontrar aqui é uma solução que seja a mais consensual possível, que vise compatibilizar estas duas preocupações”, concluiu o presidente do CES.

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