Devem as mães infetadas com o vírus zika continuar a amamentar os bebés? A Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que sim, porque ainda não foi provado o risco de transmissão, mas o conselho é polémico dada a associação com os crescentes casos de microcefalia.
É uma resposta polémica. Pesando os prós e contras do aleitamento materno, a OMS aconselhou as mulheres que estão infetadas com o vírus zika, cuja epidemia na América Latina tem sido associada aos cada vez mais numerosos caso de microcefalia (uma má formação do crânio que prejudica o desenvolvimento intelectual dos bebés), a não deixarem de amamentar.
“Considerando as provas existentes, os benefícios do aleitamento materno para a criança e para a mãe ultrapassam qualquer risco de transmissão do vírus zika através do leite materno”, explicou a organização, na mais recente recomendação enviada às autoridades dos países afetados pela epidemia.
Mesmo assumindo que o vírus foi detetado no leite materno de duas mulheres, a OMS frisou que “não há atualmente qualquer prova de uma transmissão de zika a crianças através do aleitamento materno”, pelo que as mães são aconselhadas a continuarem a amamentar.
Propagação “explosiva”
Ontem, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, admitiu que a epidemia de zika “pode piorar antes de melhorar”, em especial na América Latina, a região mais afetada.
A doença, que é transmitida por um mosquito, pode ser alvo de uma propagação “explosiva” no continente americano, sendo de esperar que ocorram entre três a quatro milhões de casos até ao final do ano, de acordo com as estimativas da OMS.
Só no Brasil já há mais de milhão e meio de casos diagnosticados.