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Há menos corrupção nos governos com mais mulheres, revela estudo

Um estudo que envolveu uma análise em 125 países concluiu que os governos com onde a percentagem de mulheres é maior tem uma taxa mais baixa de corrupção.

“As mulheres têm um impacto sobre a corrupção porque geralmente escolhem temas políticos diferentes dos homens”, revelou Sudipta Sarangi, professor e responsável pelo departamento de Economia da Universidade Virginia Tech, tendo sido um dos autores deste estudo.

Este investigador salienta ainda que “as mulheres que estão na política escolhem temas mais ligados ao bem-estar de mulheres, crianças e família”.

“Isso pode dever-se ao fato de as mulheres formularem políticas que tendem a potenciar os bens públicos, a saúde, a educação e o bem-estar infantil”, revela Sudipta Sarangi.

A investigação conclui também que a representação das mulheres na política local também é importante.

“As mulheres continuam sub-representadas na política”.

Sudipta Sarangi salienta também, por outro lado, que o estudo não se foca apenas nesta situação, mas procura perceber o papel da mulher nos cargos de chefia e nas organizações.

Os responsáveis por este estudo notam que quando as mulheres são chamadas a alterarem políticas, a corrupção tende a diminuir.

No entanto, os investigadores chamam a atenção para uma particularidade de que as mulheres não são necessariamente menos corruptas ou igualmente corruptas.

Os analistas notam, sim, que as mulheres acabam por se afastar da corrupção pelo facto de se preocuparem com temas diferentes dos que, normalmente, estão mais vulneráveis a esquemas de corrupção.

Este estudo foi publicado no Journal of Economic Behavior & Organization e, entre outras recomendações, é referido ser necessária uma maior presença nas mulheres na política mas não só.

Recentemente, dados europeus revelaram que as mulheres representam menos de um terço das pessoas que se sentam nos parlamentos nacionais da União Europeia.

De acordo com cálculos da União Europeia, olhando para os parlamentos nacionais dos seus países, apenas Suécia, Finlândia e Espanha tinham uma percetagem igual ou superior a 40 por cento de mulheres na Assembleia do país.

Grécia, Croácia, Chipre, Letónia, Malta e Hungria não atingem nem os 20 por cento.

No caso de Portugal, a representação feminina na Assembleia da República fixa-se nos 35,2 por cento.

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