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“Dizia-se à boca cheia ‘ele rouba, mas faz obra'”

As autoridades têm estado atentas ao poder local e, nos últimos anos, vários têm sido os responsáveis políticos que têm enfrentado os órgãos de justiça que investigam contratos, nomeações, adjudicações, obras e todo o trabalho das autarquias.

Recentemente, autarcas de Espinho juntaram-se a um extenso rol de outras figuras autárquicas que estão sob investigação por parte das autoridades.

Luís Marques Mendes, conselheiro de Estado e antigo presidente de PSD, diz que se deve olhar para a situação além dos partidos e focar as avaliações e investigações independentemente se é de uma cor partidária ou de outra.

O conselheiro de Estado refere ainda que se criou na sociedade portuguesa uma ideia de que os autarcas podiam fazer o que queriam, desde que fizessem obra.

“Alguns autarcas sentiram que estavam de mãos livres”, disse Marques Mendes, lamentando que fosse criada a ideia de que “tudo lhes era permitido”.

“Ganharam poder e descaramento. Era o tempo em que se dizia à boca cheia ‘ele rouba, mas faz obra'”, assinalou Marques Mendes, em declarações na SIC.

“Aos olhos de muita gente, ser autarca não é curriculum. É cadastro”

Aqui chegados, entende o conselheiro de Estado que, atualmente, “aos olhos de muita gente, ser autarca não é curriculum”.

“É cadastro. Esta perceção pública devia preocupar a maioria dos autarcas que tenho na conta de gente séria e íntegra.”

Por outro lado, Luís Marques Mendes aconselha as estruturas partidárias locais a escolherem ou indicarem os nomes de candidatos de acordo com a reputação e não apenas com o pensamento em vencer a corrida eleitoral.

“Há que saber ganhar. Ganhar com honra e com seriedade. A política não é a arte do vale tudo”, destacou Marques Mendes.

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