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Relatório da ONU coloca Brasil na categoria de desenvolvimento “alto”

O Brasil mantém 79.º lugar no Relatório Global do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com um índice de desenvolvimento humano (IDH) de 0,759, que coloca o país na categoria de desenvolvimento “alto”.

No relatório global divulgado hoje, com dados relativos ao ano de 2017, todos os números anteriores foram atualizados e recalculados segundo novas metodologias para um total de 189 países, dando assim ao Brasil sete anos de crescimento consecutivo, em vez da redução de IDH que tinha sido calculada de 2015 para 2016.

O maior país da América do Sul tem melhorado o IDH todos os anos desde 2010, quando tinha um valor de 0,727 e encontra-se agora imediatamente a seguir à Venezuela, que em cinco anos desceu 16 posições.

O IDH é dividido em três dimensões da vida humana: saúde (aliada a longevidade), qualidade de vida (medida em rendimento nacional bruto per capita) e educação, com dados recolhidos por agências nacionais e internacionais até 15 de julho de 2018.

A edição deste ano destaca cinco aspetos de avaliação: qualidade do desenvolvimento humano, desigualdades de género, emancipação das mulheres, sustentabilidade ambiental (incluindo a qualidade ambiental como parte do desenvolvimento humano) e sustentabilidade socioeconómica.

Com cerca de 1,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) investido em pesquisa e desenvolvimento, o Brasil é um dos 63 países com melhor investimento nestas áreas, sendo que a Noruega, país mais desenvolvido do mundo, investe 1,9 por cento do PIB e Portugal investe 1,3 por cento.

A esperança média de vida à nascença são 75,7 anos.

Apesar dos progressos, o Brasil é o país menos seguro da lusofonia, sendo que detém, de longe, o maior índice de homicídios. Por ano, em 100 mil pessoas, mais de 29 são assassinadas (o segundo valor de homicídios mais alto entre países lusófonos é 11,5 em 100 mil, em Cabo Verde) e 301 estão na cadeia. Apenas 23 por cento das mulheres brasileiras e 40 por cento dos homens dizem sentir-se seguros.

A orfandade no Brasil é a maior dos 112 países de desenvolvimento classificado como “alto” e “muito alto”, com o quinto maior número em 189 países: cerca de 3,2 milhões de crianças órfãs.

A nível político, apenas 17 por cento da população confia no Governo.

Tendo em conta a desigualdade de distribuição à população de todos os recursos estudados, o país estaria posicionado 17 lugares abaixo, com um valor de 0,578.

A desigualdade na distribuição de rendimentos é de 36,7 por cento – o mesmo é dizer que mais de 36 por cento do total de rendimentos da população está concentrada num nicho e não chega a todos de forma igual.

Em termos de empregabilidade, as mulheres têm menos acesso a empregos do que os homens, pelo que 74,7 por cento dos homens maiores de 15 anos estão empregados, enquanto nas mulheres maiores de 15 anos esse valor é de 53,2 por cento.

A taxa de desemprego é de 12,9 por cento.

A taxa de gravidez na adolescência (considerada entre os 15 e 19 anos) é a 8.ª mais elevada entre os 53 países da categoria de desenvolvimento “alto”. O trabalho infantil (entre crianças e jovens de 5 a 17 anos) é 5,4 por cento.

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