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Portugal com ACNUR procura unir esforços para apoiar a educação de crianças e jovens refugiados

De forma individual, coletiva, pontual, regular ou na qualidade de empresa, os donativos são essenciais para que milhões de crianças e refugiados possam ter acesso a uma educação de qualidade.

Portugal com ACNUR apela à solidariedade dos portugueses para apoiar as iniciativas do ACNUR que visam garantir o acesso à educação a milhões de crianças e jovens deslocados.

Um novo ano letivo é, geralmente, sinónimo de regresso: regresso às aulas, aos estudos, às brincadeiras e conversas com amigos durante os intervalos. Mas esta realidade está muito distante para 7 milhões de crianças e jovens refugiados em todo o mundo. Como tal, a Portugal com ACNUR, parceiro nacional da Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR), lança agora uma nova campanha de sensibilização e angariação de fundos pelo direito à educação, e que estará a decorrer nas plataformais digitais da Fundação durante o próximo mês.

“Para as crianças deslocadas, ir à escola, estar com colegas e ter acesso à educação deixa, muitas vezes, de fazer parte da rotina”, explica Joana Feliciano, Responsável de Comunicação e Alianças Estratégicas da Portugal com ACNUR, o que motivou a organização a lançar esta campanha. “Queremos, com a ajuda das pessoas e empresas, apoiar o ACNUR nos seus programas na área da educação, assegurando material e professores às crianças deslocadas à força”, apela.

Com os fundos angariados através desta campanha ativada a nível nacional, pretende-se apoiar o ACNUR na construção de novas salas de aula nos países de acolhimento, na distribuição de dispositivos digitais para que aqueles que não têm uma escola por perto possam aceder à mesma a programas educativos, no pagamento a mais professores para ajudar a formar estas crianças e jovens e para muitas outras ações essenciais que garantam o acesso à educação, um direito básico.

Esta campanha é direcionada a todas as pessoas que possam ajudar. Podem ser feitos donativos individuais, pontuais ou regulares, ou através do conceito inovador de donativo coletivo, o “Famílias com ACNUR”, que permitirão apoiar este e outros programas humanitários da Agência da ONU para os Refugiados. Assim, as “famílias” doadoras – pais, filhos, avós ou até mesmo professores – que se comprometam com uma doação regular mensal têm acesso a materiais e conteúdos educativos e didáticos sobre a realidade de quem é obrigado a fugir e podem, desta forma, refletir sobre estes temas com os mais novos, informando-os e sensibilizando-os. Um “conceito inovador de doar enquanto família que tem aproximado muitos novos doadores”, revela a Responsável de Comunicação e Alianças Estratégicas da Fundação.

A Portugal com ACNUR também tem a intenção de estabelecer parcerias com empresas que queiram fazer a diferença na luta pela educação. Nomeadamente, através do apoio a programas de bolsas de estudo como o DAFI (Albert Einstein German Academic Refugee Initiative), uma competitiva bolsa de estudo que já ajudou mais de 21 mil jovens refugiados a integrar o ensino superior e a concluir a sua formação académica. Sem financiamento, o futuro das crianças e jovens refugiados pode vir a estar seriamente comprometido.

Fundação regressa às escolas portuguesas

Com o início do novo ano letivo é também tempo de a Fundação Portugal com ACNUR regressar às escolas portuguesas para sensibilizar os mais novos sobre os contextos que forçam milhões de pessoas a fugir. Num momento em que se regista um número recorde de pessoas deslocadas, este tipo de ações capazes de gerar mudança e empatia são de uma importância máxima.

Assim, durante os próximos meses, o parceiro nacional do ACNUR vai retomar a iniciativa desenvolvida no último ano letivo, onde conduz ações de sensibilização presenciais a alunos do 1º ciclo ao ensino universitário sobre temas de direitos humanos, emergências humanitárias e conceitos relacionados com o trabalho da Agência da ONU para os Refugiados.

“Quais os nossos direitos? Qual a diferença entre um refugiado e um deslocado interno? O que leva uma pessoa a fugir de sua casa?” são algumas das perguntas que se abordam nas sessões dinâmicas e adaptadas às diferentes idades. Assim, sessão a sessão vão-se desmistificando conceitos, veiculando informações certas e potenciando a inclusão e o sucesso ao nível da integração.

Ação para alunos do 2º ano na Escola EB1 de Telheiras, em Lisboa. © Portugal com ACNUR

Durante o primeiro semestre de 2023, estiveram envolvidos nestas atividades 334 alunos do 1º ciclo, 497 do 2º e 3º ciclo e ainda 241 jovens do ensino secundário e 74 alunos universitários. Ao longo das várias sessões de sensibilização, foram abordados temas da atualidade, como o trabalho do ACNUR na resposta aos terramotos na Turquia e Síria ou o facto de o clima estar a obrigar as pessoas a deslocarem-se em várias regiões do globo, e também outras questões-chave sobre a intervenção do ACNUR, nomeadamente sobre o financiamento das atividades da organização ou os direitos das crianças refugiadas.

Sobre esta experiência com os jovens, Joana Lopes, Técnica de Sensibilização e Angariação de Fundos da Portugal com ACNUR, conta que a Fundação é “sempre recebida com muita curiosidade nas escolas. Os alunos gostam desta noção do “mundo real” e trazem muitas ideias e opiniões”. No entanto, o grande desafio para o parceiro nacional do ACNUR passa por mostrar a estas crianças e jovens “como também eles podem ser agentes da mudança, desmistificar que não temos de ir para outros países para defender os direitos humanos das pessoas forçadas a fugir e que, juntos, nas nossas comunidades, também podemos ter um papel fundamental”, explica.

A Portugal com ACNUR tem o objetivo de criar comunidades – escolas, universidades, municípios e famílias – que se envolvam ativamente neste tipo de questões e criem impacto na sociedade, desde a sensibilização até à ação, que pode culminar numa iniciativa solidária ou num donativo.

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