“Quando as coisas correm mal, Jesus parece um mocho”, ataca Jorge Costa
“Quando as coisas correm bem, Jesus fala do alto de um pedestal; quando lhe correm mal parece um mocho”, critica o antigo capitão do FC Porto Jorge Costa.
Jorge Costa assina um artigo de opinião no jornal O Jogo, onde faz uma análise ao clássico entre FC Porto e Benfica, que terminou empatado a um golo, resultado que, de acordo com o ex-futebolista, não deverá ter deixado nenhum dos clubes satisfeito.
O antigo capitão dos azuis e brancos centra também a sua avaliação nas conferências de imprensa dos dois treinadores, em particular na de Jorge Jesus, onde o técnico do Benfica defendeu a superioridade da sua equipa, considerando que o clube da Luz perdeu uma grande oportunidade de vencer no Estádio do Dragão.
Neste “jogo das palavras”, Sérgio Conceição teve “coragem”, o que “só veio reforçar” aquilo que Jorge Costa pensa do técnico. “Usou, com alguma graça, o termo ‘papaguear’ para classificar o discurso pomposo de Jorge Jesus no final”, escreve.
“Quando as coisas correm bem, Jesus fala do alto de um pedestal; quando lhe correm mal parece um mocho”, criticou Jorge Costa, considerando que as palavras de Sérgio Conceição são um espelho das conversas de café, entre adeptos.
E se, para Jorge Costa, as duas equipas estiveram ao mesmo nível, “num jogo demasiadamente tático” e com as “picardias” do costume, não se pode dizer que as ‘armas’ das duas equipas sejam iguais. As substituições, nos derradeiros minutos, falam por si, segundo o antigo defesa portista.
Do lado do Benfica, entraram Ewerton e Waldshmidt, enquanto Sérgio Conceição, privado de Otávio, teve de recorrer à formação, lançando Diogo Leite e João Mário.
“Jorge Jesus foi ao banco e investiu quase 40 milhões de euros, ao passo que Sérgio Conceição meteu dois jogadores da formação”, assinala Jorge Costa.
Estes factos falam por si, sobre os meios de que os dois treinadores dispõem. “É bom ter jogadores que custaram muito dinheiro (…), mas deve dar um gozo especial a um treinador que ataca aos milhões do adversário com as pérolas da formação”, realça o antigo futebolista.
Jorge Costa (que vê um Sporting em quebra no campeonato) entende ainda que o FC Porto acusou o cansaço do jogo frente ao Nacional, na terça-feira, frente ao Nacional, em virtude do prolongamento, do mau estado do terreno e da viagem. Notou-se alguma falta de “frescura” na equipa, de acordo com o ex-futebolista, o que prejudicou alguns princípios de Sérgio Conceição, como a reação à perda de bola e passes errados.
“Percebeu-se, claramente, a determinado momento, que os jogadores [do FC Porto] queriam, mas não podiam”, escreve Costa, que não viu a equipa ‘do costume’, mas observou um adversário com “receio da força” do lado direito da equipa de Sérgio Conceição – o que justifica o facto de Jesus ter lançado dois laterais esquerdos para ganhar superioridade naquele corredor.
Jorge Costa analisa ainda o trabalho do árbitro e aponta “dualidade de critérios, ao não expulsar Pizzi”. Recorde-se que também Pepe apontou o dedo ao árbitro Luís Godinho. O defesa não compreendeu como o médio do Benfica foi poupado à expulsão.
FC Porto e Benfica, recorde-se, empataram a um golo, em partida da 14.ª jornada da I Liga, disputada no Estádio do Dragão. Nesta mesma ronda, o Sporting também empatou com o Rio Ave, sendo que SC Braga perdeu em Paços de Ferreira. No topo da tabela, nenhuma equipa venceu.