Marcelo considera “justa a indignação” e “parcialmente injusta a recriminação”
Marcelo Rebelo de Sousa disse que é “justa a indignação” dos que sofrem com a pandemia, mas alertou que é “parcialmente injusta a recriminação” de quem exigia o “impossível” às autoridades.
No discurso de tomada de posse para o segundo mandato, o chefe de Estado salientou a “justa indignação dos sacrificados pelas duas pandemias”, aludindo ao impacto da covid-19 na economia e na sociedade, mas sustentou que as autoridades foram respondendo na medida do possível.
“É justa a indignação dos sacrificados pelas duas pandemias, mas também por isso é parcialmente injusta a recriminação feita a tudo o que não se antecipou, não se evitou, não se resolveu”, afirmou.
“Os responsáveis só podem assumir tudo, o possível e impossível, sabendo que nada nem ninguém podem dar o que não tem preço”, acrescentou.
Marcelo lembrou que foram realizadas duas eleições durante a pandemia – Presidenciais e regionais dos Açores – para frisar que os deputados “nunca aceitaram calar ou suspender a democracia”, nem “fazê-la refém” da covid-19.
“Vivemos em democracia e queremos continuar a viver em democracia e continuar a combater as pandemias. Queremos uma democracia que seja de ética republicana na limitação e mandatos, convergência de instituições e alternância na governação”, complementou o Presidente.
A nível político, Marcelo destacou o “ambiente mais fragmentado e mais complexo, incluindo com a chegada ao sistema de novas forças, anunciada desde a primavera de 2018”.
São tempos políticos “menos previsíveis”, a coincidir com um “ano demolidor para a vida e a saúde”, devido à pandemia, finalizou.