Já a partir do próximo ano letivo, os alunos da Universidade do Texas poderão transportar armas para as salas de aula. Uma decisão política que, como é óbvio, não gera consenso. Foi aprovada pelo Parlamento do Texas (EUA) e faz parte de um conjunto de diretrizes que prevê, também, o livre porte de armas na via pública.
A medida, aprovada pelo parlamento do Texas, foi anunciada nesta quarta-feira pelo presidente daquela instituição de ensino, Greg Fenves, que já repudiou este ‘armamento’ legal de uma escola.
“Não acho que as armas pertençam à Universidade”, lamentou o presidente da Universidade do Texas, que conta com cerca de 50 mil alunos e enverga o rótulo de uma das mais reputadas instituições de ensino norte-americanas.
Também o reitor da Universidade do Texas, William McRaven, lamentou a nova legislação.
“A missão de uma instituição de ensino superior é educativa e de investigação, com base no debate e na liberdade de expressão. Aqui, as armas não têm lugar”, afirmou McRaven, um antigo militar que liderou as forças especiais norte-americanas que capturaram o líder da al-Qaeda, Osama Bin Laden.
A polémica vai estalar, porque há docentes de renome que prometem combater esta decisão. Entre os partidários do não armamento está um vencedor de um Prémio Nobel da Física, Steven Weinberg, que promete “proibir armas suas aulas”.
As universidades privadas do Texas poderão optar entre permitir ou impedir que os alunos tenham armas. Sabe-se que a maioria irá impedir que os estudantes entrem armados.
As duas câmaras parlamentares daquele estado norte-americano, lideradas por políticos republicanos, já tinham aprovado a medida, mas sabe-se agora que a entrada em vigor está para breve.
Mas não são apenas os alunos que veem facilitado o uso de armas. Também os cidadãos texanos terão livre porte nas via pública. De fora ficam, para já, as residências estudantis, bem como os eventos que decorram naqueles estabelecimentos de ensino.
Quem defende esta nova lei considera que os cidadãos e a comunidade universitária, deste modo, estarão melhor preparados para combater tiroteios. Um pormenor sarcástico: em 2016, assinalam-se 50 anos desde o massacre que ocorreu no campus de Austin, em 1966, no qual morreram 30 pessoas.