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“Costa é parecido com Cavaco Silva no defeito de desvalorizar ministros”

O sociólogo António Barreto afirmou que o primeiro-ministro “desvaloriza os ministros” e realçou que, “nesse defeito”, o socialista António Costa é semelhante ao social-democrata Cavaco Silva.

“António Costa comete um erro gravíssimo na formação e na vida de um Governo. Deveria ter ministros com maior capacidade política global. Tem esta tendência, em que é parecido com Cavaco Silva, para ter ministros que são uma espécie de diretores-gerais, que são puramente executivos e só falam no que lhes diz respeito”, sustentou Barreto.

Com passagens pelo PS, tendo sido duas vezes ministro (Comércio e Turismo e Agricultura e Pescas), e apoiante de Sá Carneiro na Aliança Democrática, o ensaista e sociólogo explicou que um executivo ‘sem’ ministros tem mais dificuldade em ‘sobreviver’.

“Um Governo que vive de direções-gerais com pasta de Governo não é bom e seguramente não dura muito. Costa tem esse defeito de desvalorizar as pessoas e quadros dos ministros”, insistiu.

A análise surgiu quando António Barreto analisava a resposta de Costa aos casos que têm envolvido, em particular, os ministros Eduardo Cabrita (Administração Interna) e Francisca Van Dunem (Justiça).

“Se fosse o primeiro-ministro, já me tinha libertado de seis ou sete [ministros]. Todos sabemos quem são, não vale a pena perder tempo”, reagiu, durante uma entrevista ao Diário de Notícias.

Com o foco em António Costa, o sociólogo antecipou ainda uma luta pelo poder dentro do Partido Socialista, considerando que o atual secretário-geral é um eucalipto que tem secado tudo em volta.

“Parece simplesmente ter chegado ao fim. O facto de estarem na cena política pessoas a afirmar-se com ideias próprias: Francisco Assis, Sérgio Sousa Pinto, Pedro Nuno Santos, Ana Gomes, Santos Silva… Há muita gente no PS que de repente disse ‘Temos de mostrar a nossa diferença, as nossas ideias, deixar de ser uma espécie de adjuntos (que foi uma grande expressão de Cavaco Silva) do secretário-geral do partido”, finalizou António Barreto.

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