Hospitais admitem encerrar serviços em julho
A Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) repetiu hoje o aviso feito no final de maio: os constrangimentos financeiros poderão obrigar ao encerramento de serviços a partir do dia 1 de julho.
Alexandre Lourenço, presidente da APAH, explicou à Renascença que a reposição das 35 horas semanais de trabalho vai alterar a disponibilidade dos recursos humanos, com consequências para a qualidade da resposta hospitalar.
“Vamos ser obrigados, em princípio, a reduzir os cuidados programados, nomeadamente encerrar alguns serviços, para manter o nível de qualidade a que estamos habituados no Serviço Nacional de Saúde”, alertou o dirigente.
O presidente da APAH instou ainda a tutela a resolver a ‘doença crónica’ da falta de financiamento dos hospitais, depois do Público ter avançado que o Tribunal de Contas tem recusado vários vistos às contas dos hospitais públicos.
“Ou se altera a lei dos compromissos e pagamentos em atraso, ou se aumenta o orçamento das instituições do SNS”, defendeu Alexandre Lourenço.
“Caso contrário, sempre que os hospitais tiverem despesa superiores a 350 mil euros, que estão obrigadas a visto pelo Tribunal de Contas, vão ficar paralisados e sem conseguir adquirir bens e serviços”.
Uma situação que já está a acontecer, frisou o presidente da APAH.
“Já temos várias situações, inclusivamente de medicamentos, em que os hospitais depois são obrigados a assumir ajustes diretos por carácter de urgência”, cuja responsabilidade recai sobre os administradores hospitalares.
“É um problema que tem impacto nas instituições e para os gestores”, concluiu Alexandre Lourenço.