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Vídeo: Reformados ao volante de carrinhos de golfe já são um perigo público

As autoridades dos EUA estão cada vez mais preocupadas com os acidentes envolvendo carrinhos de golfe. Em 2015, mais de 18 mil pessoas tiveram de passar pelas urgências hospitalares.

O caso começa a ganhar especial dimensão na Flórida, um destino muito procurado por reformados que vêem no carrinho de golfe um veículo ideal.

Na comunidade de The Villagese, em Orlando, “toda a gente conduz um carrinho de golfe personalizado”, como explica o reformado Parker Sykes, de 67 anos: “Faz parte da nossa cultura”.

Só aqui há cerca de 65 mil carros para os 120 mil residentes… e poucos são os que jogam golfe.

É fácil perceber os motivos para o fenómeno. São veículos ideais para viagens curtas (como ir ao médico ou ao supermercado), exigem pouca manutenção (e barata), consomem pouco e são mais amigos do ambiente, estão disponíveis em zonas onde o transporte público tem uma oferta mais limitada e, acima de tudo “são divertidos de conduzir”.

O reverso da medalha é que há quem abuse da diversão… e depois ocorrem os acidentes. Não há dados oficiais, mas as autoridades admitem que a situação tem vindo a piorar.

“São entendidos como sendo mais seguros do que realmente são”, salientou Jana Lynott, consultora de mobilidade da AARP (uma organização para a terceira idade): “Na verdade, são tão vulneráveis como os ciclistas e os peões, sem esquecer que os idosos têm um risco acrescido de ferimentos em caso de colisão, pois ficam mais vulneráveis com a idade”.

Só no ano passado, foram registados 94 acidentes em The Villages, tendo 70 deles resultado em ferimentos, revelou Edmund Cain, do departamento de segurança da comunidade.

A maioria dos acidentes ocorreu quando o condutor perdeu o controlo ou deixou um menor (geramente um neto) conduzir o carrinho de golfe.

“Os estados que permitem a circulação de carrinhos de golfe na estrada regrediram 50 anos em termos de segurança rodoviária”, garantiu Russ Rader, porta-voz de uma organização financiada pelas seguradoras: “São veículos que não cumprem os parâmetros básicos que existem para salvar vidas em caso de acidente”.

“Em 15 anos de serviço, só me lembro de ter ocorrido uma morte”, adiantou Matt Myers, o chefe da polícia de Peachtree City, um subúrbio de Atlanta que “cresceu devido aos carrinhos de golfe” e onde “é normal” um menino de 9 anos conduzir o veículo até uma loja.

O número de localidades que permitem a circulação destes carrinhos na via pública tem vindo a aumentar, sendo agora legal em 375 municípios. Tal como os números de acidentes e de feridos: de acordo com o The New York Times, os acidentes com carrinhos de golfe levaram mais de 18 mil pessoas às urgências hospitalares.

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