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“Vários membros do Governo já disseram que me apoiarão”, garante Ana Gomes

A candidata presidencial Ana Gomes afirmou que ainda esperou “durante algum tempo” pelo apoio formal do PS e revelou que o tem recebido de “vários membros do Governo”.

Em entrevista ao Público e à Renascença, a antiga eurodeputada socialista contou que só decidiu avançar quando percebeu que o PS não se ia manifestar.

“Esperei durante algum tempo que o partido se definisse. Não o tendo feito, decidi avançar e agora não quero de maneira nenhuma interferir numa decisão do PS”, afirmou a candidata presidencial, aludindo à próxima reunião da comissão nacional do partido, agendada para dia 24.

“Tenho confiança que os militantes socialistas sabem pensar pela sua própria cabeça”, reforçou.

As eleições presidenciais de 2021 estão a dividir o PS, com António Costa e Augusto Santos Silva a elogiar publicamente Marcelo Rebelo de Sousa, atual chefe de Estado e ex-presidente do PSD, e o ministro Pedro Nuno Santos a deixar implícito o apoio a Ana Gomes.

“Tenho vários membros do Governo que já me disseram que me apoiarão”, revelou.

“Naturalmente, democraticamente estão à espera que o PS tome uma decisão sobre esta questão, não se revendo nas indicações que foram dadas naquela triste cena da Autoeuropa”, reforçou Ana Gomes, referindo-se ao ‘lançamento’ da recandidatura de Marcelo feito por… António Costa, secretário-geral do PS.

Alvo de muitas críticas, em particular pela defesa de Rui Pinto, a ser julgado no processo Football Leaks, Ana Gomes frisou que não aceita “a imagem de extremista”.

“Aceito que digam que em algumas questões sou radical. Sou radical contra os compadrios, contra as clientelas, contra a corrupção, para me valer da expressão do Presidente da República. Se isso leva algumas pessoas a consideram-me extremista, o problema é delas”, salientou.

A candidata assumiu-se como “política” e explicou que o conceito de “populismo” pode ter duas interpretações, aproveitando para deixar uma indireta a André Ventura.

“Se populismo é ouvir o que pensam as pessoas, então serei populista. Agora, não sou populista no sentido de quem quer dividir o país entre eles e nós, os políticos e nós o resto do povo. Eu sou uma política, assumo-me como tal. Não sou é por aqueles que querem destruir as instituições da democracia. Eu quero reformar, regenerar as instituições da democracia e não posso abstrair-me do facto de que boa parte da subida dos perigosos populistas, designadamente de extrema-direita, com desígnios de destruir a democracia, só acontece porque há muitos dentro do sistema democrático que preferem tapar os olhos”, finalizou.

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