Motores

Tom Coronel em Suzuka como na sua segunda ‘casa’

A passagem da Taça do Mundo de Carros de Turismo (WTCR) por Suzuka será para Tom Coronel como correr na sua ‘segunda casa’.

O holandês competiu no Japão entre 1996 e 1999, disputando provas dos campeonatos japoneses de Fórmula 3 e de Fórmula Nippon, que venceu, antes de iniciar uma carreira nas corridas de Turismos.

Fotos: DPPI

É por isso que em vésperas da prova do WTCR em solo nipónico Coronel lembra aqueles tempos que passou no país do sol nascente. Algo que esteve para não acontecer: “Não tinha dinheiro para continuar na Europa e Jan Lammer (antigo piloto holandês de F1) aconselhou a equipa TOM’S Toyota a falar comigo. E depois eles convidaram-me para correr na Fórmula 3 no Japão (1996)”.

“Na altura disse não, desculpem, não estou interessado e pousei o telefone. Dez minutos depois Jan Lammers ligou-se e disse-me; ‘Tom acho que temos de falar. Isto é automobilismo profissional, um bom passo para a tua carreira, por isso aconselho-te a ir para o Japão e correr lá’. Ele teve uma carreira profissional no Japão e era um bom conselheiro para mim na Holanda, por isso pensei que talvez tivesse de começar a ouvi-lo e a falar com a TOM’S”, conta Coronel.

O simpático piloto holandês diz que logo depois de Lammers lhe ligar a TOM’S voltou a ligar-lhe e foi assim que acabou por acertar tudo ‘fazer as malas’ e competir no Japão: “Foi agradável, porque eu estava no começo da minha carreira como piloto profissional e eles ofereceram-me um salário, um apartamento e uma boa carreira que começou ali”.

Tom Coronel admite que na altura não foi fácil estar a competir noutro continente, muito longe de casa: “Era uma das razões porque inicialmente não estava interessada. O Japão é, claro, uma cultura muito diferente ao que estava habituado, o estilo de vida a forma de trabalhar. Mas comecei a respeitá-los bastante, o que foi o passo seguinte para perceber uma diferente forma de estar”.

“Comecei a ser um pouco menos ‘selvagem’ porque quando somos jovens somos mesmo pessoas selvagens. Deu-me tempo para pensar sobre a vida e sobre o próximo passo e funcionou”, refere o piloto holandês, que considera que a F3 e a Nippon foram passos importante para o que fez a seguir; o campeonato japonês de GT em 1998.

Tom Coronel não se arrepende nada daqueles tempos: “Em termos de carreira foi o melhor passo. Total concentração numa coisa. Passamos cem por cento do tempo nas corridas. O foco estava tudo naquilo, mas foi bom para mim e também para outros pilotos, como o Ralf Schumacher, o Pedro de La Rosa, o Michael Krum, o Norberto Fontana ou o Marco Apicella”.

Em termos de WTCR o piloto holandês também tem boas recordações do Japão: “A minha primeira vitória no WTCC foi em Okoyama, em 2008, quando fiz uma escolha especial de pneus, com slicks à frente e pneus de chuva atrás. A minha segunda vitória foi em Suzuka, por claramente que a sensação de estar em casa é muito importante, porque nos dá mais poder, mais foco e sentimo-nos confortável com tudo o que está à nossa volta. Foi a sensação que tive quando fui correr para o Japão. Era jovem mas aprendi a respeitar, confiar e apreciar a honestidade no Japão”.

Em destaque

Subir