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Tom Coronel recorda um passado de glória

Antes de ser o mais brincalhão piloto do pelotão do WTCR, Tom Coronel teve uma carreira que chegou a prometer a Fórmula 1. Ainda assim deixou grandes momentos que agora recorda.

O holandês ‘nasceu’ para o desporto motorizado desde ‘tenra’ idade, já que o ‘bichinho’ já estava na família – o seu avô foi um piloto famoso no motociclismo, Bertis Hamerveld, e os seus irmãos mais velhos envolveram-se nas corridas bem cedo, com Tom a ser seu mecânico.

Foto: DPPI/Frederic Le Floc’h

Mas foi uma ‘bolsa’ que lhe permitiu passar para o volante na Citroën AX Cup. Não havia apoio da família, mas conseguiu mesmo assim singrar no automobilismo internacional e conseguiu mesmo bater-se com um certo Jos Verstappen, que viria a chegar à Fórmula 1.

Tom Coronel conseguiria dar o passo seguinte na Fórmula 3. “Foram dias difíceis, porque ser companheiro de Ralf Schumacher e toda a atenção na equipa ia para ele. Mas tornei-me cada vez mais rápido face a todos os tipos bons”, recorda o piloto de Naarden.

Coronel também lembra um momento decisivo dessa fase: “Na última corrida, em Nurburgring, tinha a ‘pole position’ e tive de deixar passar o Ralf para lhe dar os pontos para ganhar o campeonato. Fi-lo dois metros antes da meta, travei e sai quase do carro. Isso deixou Ralf um pouco irritado, mas as pessoas da Opel prometeram-me motores para a época seguinte. Esse foi o acordo”.

A manobra motivou um convite da concorrência. “Ligaram-se da Tom’s Toyota a dizer, quer correr para nós, pagamos-lhe um salário. E eu disse, lamento mas não me interessa correr no Japão. Aí eles ligaram ao Jan Lammers e ele ligou-me a dizer; esta é uma equipa de fábrica da Toyota, tens que correr para eles. Então eu disse para eles me voltarem a ligar”, conta o piloto holandês.

Esta ligação à Toyota permitiu a Tom Coronel viver um dos momentos altos da sua carreira: “O Marlboro Masters (1997) era como o campeonato do Mundo. Queria não só mostrar que não era fácil vencer no Japão mas queria mostrar que internacionalmente era competitivo. Com 120.000 pessoas no circuito a sensação era incrível. Passei o Sebastien Phillipe a oito voltas do fim. As pessoas gritavam pelo meu nome; Tommy, Tommy”.

A seguir veio o Super GT e a Formula Nippon – a precursora da atual Super Formula. “Foi três semanas antes da época começar que Satoru Nakajima enviou um faz se assinamos. Ele disse podes correr na Fórmula Nippon mas também tens de guiar para mim no Super GT com o Honda NSX. E eu disso ok, não tenho problemas com isso”, conta o piloto holandês.

Dessa fase no Japão Tom Coronel recorda que com o Fórmula Nippon quase atingiu velocidades comparáveis aos Fórmula 1 em Suzuka quando usavam pneus com sulcos – uma volta em 1m41s, contra 1m39s dos F1. Isso dava uma noção exata de quanto era rápido o monolugar que tripulava nas pistas nipónicas.

Depois veio um acidente mas também a glória, como conta o piloto de Naarden: “A corrida de Sugo foi ganha por Satoshi Motoyama e eu foi segundo. A última prova da época foi em Suzuka no traçado pequeno. Eu qualifiquei-me em terceiro e Motoyama em segundo. Ele fez uma partuda melhor e as minhas rodas patinara. Ele estava à minha frente. Mantive o acelerador a fundo e ambos batemos na primeira curva. Ficamos bem mas isso significou que eu ganhei o campeonato”.

Ainda assim isso não foi sinónimo de uma grande carreira na Fórmula 1, por onde passou meteoricamente num teste com a Arrows em 2000. Um facto que antecedeu a sua chegada às corridas de carros de turismo onde permanece até aos dias de hoje.

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