“Tenho uma certa inspiração de Mário Soares”, diz Santana Lopes
Pedro Santana Lopes não exclui concorrer à Presidência da República em 2026, talvez “o único cargo” que não ocupou, e confessa a “inspiração” em Mário Soares.
O ex-presidente do PSD, que já foi primeiro-ministro, secretário de Estado e autarca (entre muitos outros cargos), renunciou há pouco tempo à liderança do Aliança, partido que fundou após ter deixado os sociais-democratas.
Com um Presidente do centro-direita (Marcelo Rebelo de Sousa, também um ex-presidente do PSD), Santana Lopes não encontra abertura para concorrer a Belém em 2021.
As eleições presidenciais seguintes serão em 2026. Ainda falta “muito tempo”, mas Santana garante que não exclui a candidatura.
“Não me excluo”, garante o experiente político, em entrevista ao Observador.
Ainda a propósito da eventual candidatura a Belém em 2026, o ex-presidente do PSD, um assumido “Sá-Carneirista”, confessa inspirar-se em Mário Soares, o histórico fundador do PS.
“Tenho uma certa inspiração de Mário Soares, passe a presunção… Sou Sá-Carneirista, sempre o fui, mas sempre admirei muito em Mário Soares não ter medo de ir à luta, é extraordinário. Já tinha sido Presidente da República duas vezes e foi concorrer, teve menos que 20 por cento e continuou a ser a mesma pessoa. Isso é que é viver a liberdade e a democracia”, explica.
A Presidência da República “deve ser o único” cargo que Santana Lopes desejou ocupar sem o conseguir fazer, como o próprio admite.
“Ainda temos estas eleições, daqui a quatro anos quem quiser ser candidato terá que o anunciar. Quatro anos é muito tempo nos dias de hoje”, salienta o ex-primeiro-ministro.
Caso decida avançar, Santana não vai ‘negociar’ com Marques Mendes, outro putativo candidato presidencial da área do PSD.
“Quando vou normalmente não olho para o lado. Se acho que devo ir, vou”, justifica.
“Do ponto de vista político, não há nada que impeça” o ex-primeiro-ministro de entrar na corrida a Belém em 2026.
“Já tive falhanços grandes? Já. Já tive vitórias grandes? Também. Aqueles que acham que tudo lhes corre bem são uns tontos e aqueles que acham que tudo lhes corre mal são uns infelizes”, conclui Pedro Santana Lopes.