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“Temos todos de aprender a conviver com a covid-19”, pede médico dos cuidados intensivos

Philip Fortuna é médico intensivista e coordenador do Programa ECMO (oxigenação por membrana extracorporal) do centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (CHULC) e avisa que os portugueses têm de aprender “a lidar com o vírus porque ele vai cá andar durante mais tempo” e “continuarmos confinados não será saudável para ninguém”.

“Temos todos de aprender a conviver com a doença, desde unidades, profissionais e população”, avisa o médico de 38 anos, lembrando que o confinamento teve por objetivo “retardar o impacto da doença”.

“As pessoas têm de perceber o seguinte, quando fomos todos postos em casa, não foi porque se achava que passado uns tempos, o vírus iria desaparecer”, garantiu, dizendo que essa medida teve por objetivo que os hospitais se pudessem preparar.

Neste contexto, o médico culpa a imprensa pela forma como criou alarmismo nas pessoas.

“A comunicação social gerou tanto medo à volta da doença que começa logo pelo facto de a pessoa entrar em pânico quando tem um diagnóstico positivo. A pessoa acha logo que vai morrer, e só isto é grave”, explicou, em longa entrevista ao Diário de Notícias.

O médico explica que ser importante olhar para outras doenças.

“Há outras doenças que continuam a existir e temos de nos continuar a preocupar com elas, como as doenças cardíacas, tumores”.

Aliás, o médico assume que estas têm de “preocupar, e muito” os clínicos.

Além disso, o médico dos cuidados intensivos apela ao governo para que execute o plano de investimento no Serviço Nacional de Saúde com rapidez para que os profissionais de saúde tenham condições para enfrentar o inverno em contexto de pandemia.

Ainda em relação à covid-19, o médico elogia a forma como Portugal tem vindo a testar e salienta que é importante perceber o número de pessoas que dão entrada nos cuidados intensivos nos últimos dias para perceber a evolução da doença.

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