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“Só posso chamar Rui Pinto de ladrão”, diz José Miguel Júdice em tribunal

O advogado José Miguel Júdice, sócio fundador da PLMJ, classificou Rui Pinto como “ladrão”, ao ser ouvido na 17.ª sessão do julgamento do processo Football Leaks.

Num testemunho por videoconferência, o sócio fundador da referida sociedade de advogados manifestou-se lesado pelo alegado ataque do hacker ao sistema informático da PLMJ.

“Esse senhor, que só posso chamar ladrão, veio furtar com grande violência moral e psicológica a minha privacidade”, afirmou José Miguel Júdice.

O antigo bastonário da Ordem dos Advogados considerou que uma invasão informática pode causar mais danos do que um furto à residência.

“Acho mais grave um ladrão que me entrou no computador do que um que me tivesse entrado em casa”, garantiu José Miguel Júdice.

Na sessão de hoje foi também ouvido Nuno Morais Sarmento, advogado e antigo ministro cuja conta de email na PLMJ terá sido invadida por Rui Pinto.

“Vejo isto igual ao que veria se entrasse qualquer assaltante em minha casa e ao ser surpreendido por mim me dissesse: olhe estava aqui à procura a ver se havia aqui alguma coisa ilegal. É uma sensação de devassa, violação da nossa privacidade”, declarou, também por videoconferência.

As dificuldades técnicas na chamada por Skype com Nuno Morais Sarmento motivaram uma brincadeira do juiz presidente, a qual provocou uma gargalhada geral, incluindo de Rui Pinto.

“Que pena não termos aqui ninguém que perceba de informática na sala”, gracejou o magistrado.

O julgamento do processo Football Leaks continua amanhã à tarde, com a 18.ª sessão.

Rui Pinto, de 31 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.

O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde 07 de agosto, “devido à sua colaboração” com a Polícia Judiciária (PJ) e ao seu “sentido crítico”, mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.

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