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Rússia pede votação simultânea das resoluções sobre ataques químicos na Síria

A Rússia pediu ao Conselho de Segurança da ONU para que a sua resolução e a dos Estados Unidos sobre ataques químicos na Síria sejam votadas em simultâneo, mas às 19:00 (meia noite em Lisboa), revelaram fontes diplomáticas.

Os Estados Unidos tinham pedido anteriormente para que o Conselho de Segurança das Nações Unidas votasse às 15:00 (20:00 em Lisboa) o projeto de resolução para criar um mecanismo de investigação internacional sobre o recurso a armas químicas na Síria.

A informação foi dada por fontes diplomáticas em Nova Iorque citadas por agências internacionais.

A resolução apresentada pela Rússia é um documento mencionado anteriormente pelo chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, sobre o qual pouca informação foi filtrada até agora, segundo as mesmas fontes.

Na segunda-feira, a Rússia considerou que o projeto norte-americano contém “elementos inaceitáveis”.

Fonte diplomática disse à agência France-Presse que “um veto russo é garantido”.

A confirmar-se, será o 12.º veto russo a uma resolução da ONU sobre a Síria desde o início do conflito armado, em 2011.

Segundo uma fonte diplomática, “não houve aproximação” de posições na reunião de peritos dos 15 países membros do Conselho de Segurança que se realizou na segunda-feira para tentar encontrar um consenso.

O projeto norte-americano prevê a criação de um novo “mecanismo de investigação independente das Nações Unidas” (UNIMI) sobre o uso de armas químicas na Síria, com um mandato inicial de um ano, renovável.

A ONU deixou de ter um organismo de investigação para os ataques químicos na Síria depois de, em finais de 2017, uma série de vetos da Rússia ter impedido a renovação do mandato do JIM (Joint Investigation Mechanism, mecanismo de investigação conjunta), um grupo que juntava peritos da ONU e da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ).

O projeto de resolução dos Estados Unidos inclui também uma condenação do regime sírio na sequência do presumível ataque químico perpetrado no sábado contra a cidade rebelde de Douma, em Ghouta Oriental, nos arredores de Damasco, que fez mais de 40 mortos.

A oposição síria e vários países acusam o regime de Bashar al-Assad da autoria do ataque, mas Damasco nega e o seu principal aliado, a Rússia, afirmou que peritos russos que se deslocaram ao local não encontraram “nenhum vestígio” de substâncias químicas.

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