Rio não quer um PSD a bater-lhe palmas
Rui Rio reuniu pela primeira vez com a bancada parlamentar do PSD e deixou um recado. O líder laranja quer apoio, mas não gosta que se levantem a bater-lhe palmas.
Um aviso que visou diretamente Luís Montenegro, o ainda deputado – prometeu renunciar a 5 de abril, quando passarem 16 anos desde a estreia – que acusou o ‘novo’ PSD de querer “branquear” o passado com uma aproximação ao PS.
“Em 89 deputados cada um diz o que sente, não é por um dizer uma coisa que isso possa fazer regra”, foi a resposta de Rui Rio à intervenção do ex-líder parlamentar.
“Naquilo que é o traço comum da reunião, eu não vejo como é que a reunião pudesse correr melhor, há líderes que gostam muito que se levantem todos a bater-lhe palmas, não é propriamente o meu estilo”, salientou.
De acordo com o presidente, o PSD tem duas realidades, “uma dentro da sala e outra difundida para fora”.
“Já estava à espera”, acrescentou.
A primeira reunião com o grupo parlamentar, cerca de três semanas após a tomada de posse do novo presidente do PSD e duas semanas após a polémica eleição de Fernando Negrão para líder parlamentar, “correu de forma absolutamente normal”, garantiu Rui Rio.
“Eu disse que, quando muito, podia haver uma convulsãozita, para ser sincero não a notei, bem pelo contrário, notei uma reunião muito prolongada, com muitas intervenções, intervenções construtivas”, insistiu.
Embora ainda haja “três ou quatro” deputados que vão precisar de uns “15 dias a estarem completamente alinhados com os 89”, Rio Rio acredita ter a bancada parlamentar do PSD ao lado da direção do partido.
“A oposição tem duas vertentes, a de apontar falhas e outra construtiva”, continuou Rio, salientando que “é a junção das duas que nos pode levar a ganhar eleições”.
Na reunião, a principal contestação ao presidente do PSD terá partido, para além de Luís Montenegro, de Teresa Morais, Carlos Abreu Amorim, Aguiar-Branco e Hugo Soares.