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“Pessoalmente gosto mais de circuitos” diz Gabriela Correia

Gabriela Correia é pioneira na competição de montanha no feminino, daí ter a consciência do impacto do seu exemplo.

Influenciada pelo seu pai, José Correia, a jovem bracarense iniciou-se no automobilismo aos 16 anos, depois de uma breve passagem pelo karting.

Fotos: Zoom Motorsport

Foi num ambiente de confinamento domiciliário que Gabriela foi entrevistada pela V Motores e pela Golo FM, com declarações ao nosso colega Joaquim Amândio Santos que extraímos algumas experiências interessantes.

A atual situação de pandemia também tem sido vivida intensamente por esta jovem: “Está ser complicado. Já não estava habituada a ficar tanto tempo em casa e conciliar mais os estudos e esquecer mais as corridas, mas tenho seguido as entrevistas que outros pilotos têm dado. É uma forma de manter o contacto. Mas não é fácil, pois estava habituada a estudar durante a semana e divertir-me nos carros ao fim de semana”.

Sem se focar nas corridas online, devido aos estudos – até porque isso sempre foi a condição para o pai a deixar competir –, Gabriela não vê o dia em que possa regressar ao asfalto das rampas, sendo que depois de uma experiência com o Seat Leon MKIII nos dois anos anteriores chegou a equacionar competir este anos aos comandos de um protótipo.

“Ainda não atingi aquilo que pretendia. Não o consegui em 2019, pelo que optei por tentar este ano continuar com o Leon e tentar obter o primeiro lugar na categoria Turismos 3 e um bom lugar em termos absoluto dos Turismos. Se conseguir isso será fantástico, porque é o meu objetivo”, admite a jovem piloto de Braga

Embora a montanha seja o foco principal, Gabriela Correia teve já algumas experiências em circuito, pois trata-se de um tipo de competição “mais direta” de que gosta mais do que a ‘guerra’ contra o cronómetro das rampas.

“Pessoalmente gosto mais de velocidade em pista, porque é mais corrida direta. Ainda não me sinto habituada aos circuitos, porque em corrida direta ainda cometo alguns erros em ultrapassagens, porque tenho um bocado medo de estragar o carro. A montanha é uma forma mais técnica de aprender, de aperfeiçoar as minhas trajetórias”, explica a jovem minhota.

A igualdade de género tem sido um aspeto menos conseguido no automobilismo do que noutras modalidades, e Gabriela admite que isso “tem sido um grande tabu. mas agora há mais mulheres”. O que a deixa contente.

“Sinto-me também um exemplo, porque comecei novinha nos carros, porque ao contrário do karting só há mesmo homens. Mas acho que isso é algo que poderá mudar nos próximos anos. Porque agora não se liga tanto a isso e as mulheres e estas começam a perceber que não é um mundo só para homens”, salienta a piloto de Braga

Gabriela Correia percebeu também o impacto que o seu exemplo tem noutras jovens, e que nas redes sociais notou o interesse e a curiosidade: “Recebo bastantes mensagens. Perguntam-me como tirei a licença, como comecei nas corridas ou até mesmo terem conselhos de como devem fazer. E isso deixa-me também muito realizada, por poder ajudar outras mulheres a ingressar também neste mundo”.

O futuro de Gabriela passa por uma internacionalização. “Gostava ainda de realizar algumas provas de circuito na Europa, porque os circuitos são sempre aquilo que mais me fascina. Ter aquele contacto direto com pilotos diferentes, e com muito mais experiência do que eu, me iria ajudar bastante. Gostava muito que o meu percurso passasse por aí. E também gostava de realizar algumas provas de montanha, pelo menos em Espanha”

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