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Pedro Salvador: “Temos de concentrar energias num segundo semestre que seja o possível”

Pedro Salvador, um grande campeão das pistas de velocidade e das rampas, e também diretor de equipa, está convencido que este será um ano diferente no automobilismo.

Embora com uma atitude positiva relativamente ao futuro, o piloto transmontano, que foi seis vezes campeão nacional de montanha e ganhou mais de uma dezena de títulos e troféus noutras competições e inúmeras vitórias, diz que há que este ano é realista pensar em poucas provas no automobilismo nacional.

Salvador fez já este ano uma ‘perninha’ na Montanha ao alinhar com um Caterham Super Seven na Rampa de Murça, subindo ao pódio absoluto dos Turismo e vencendo a Divisão Turismo 3, sendo que uma participação mais alargada em rampas era algo equacionado para 2020, nomeadamente no Europeu de Montanha em Boticas e o Hill Climb Masters na Falperra, duas provas entretanto canceladas.

Esta aparição tem muito a ver com aquilo que o piloto de Chaves fez em 2019, como confidenciou numa entrevista à Golo FM e à VMotores conduzida pelo nosso colega Joaquim Amândio Santos. “A aposta nos Super Seven no ano passado foi uma aposta ganha, com bons resultados. Não só ao nível desportivo, mas também a nível de retorno, numa competição muito bem organizada, como também o é o Campeonato de Montanha, com excelente ‘feedback’, com provas interessantes”, reflete.

Pedro Salvador sublinha também: “Não foi uma aposta direcionada para um ano. Espero que a montanha venha a surgir no futuro, porque tem uma tipologia de provas que eu gosto. Este avançar das provas de Boticas e Falperra para 2021 acho que é uma excelente notícia, porque ninguém duvidava que viesse a acontecer já este ano, mas se tinha as coisas avançadas com esta situação disse-lhes que não iria acontecer. Não me enganei nas previsões”.

“É positivo porque não perdemos as provas, e porque isso até pode acontecer em 2021 com uma participação mais ativa na montanha. Também não ponho de parte fazer mais algumas provas que restem ainda este ano com o Caterham, mas aguardando para ver como a situação vai evoluir. Tenho uma perspetiva sobre o que vai acontecer ainda este ano, mas precisa de ser confirmada”, considera o diretor da Speedy Motorsport.

Salvador é perentório: “Acho que vai haver redução de provas. Num fórum a que assisti o presidente da FPAK, Ni Amorim, frisava que as datas não estão a ser adiadas, estão a ser canceladas. Não tenhamos ilusões, e até bom que assim seja. Temos de concentrar energias num segundo semestre que seja o possível para termos dignidade nos campeonatos e nas competições que vierem a organizar-se”.

“Obviamente que temos de não comprometer 2021, mas também não comprometer todos aqueles que trabalham e se dedicam ao desporto automóvel. E não falo só dos pilotos, falo também de todos aqueles que fazem parte deste mundo. E eu como responsável de uma estrutura que se dedica à competição tenho essa preocupação”, sublinha o piloto de Chaves.

Pedro Salvador lembra as implicações das decisões a tomar para o futuro: “Não podemos simplesmente riscar do mapa 2020. Porque isso significa que há empresas, como a Speedy, que vêm o seu normal funcionamento já comprometido com a situação que estamos a viver. Mas não quero sequer equacionar que a Speedy vá ‘virar à esquerda’ e esquecer a competição”

“Mantenho-me otimista, e no caso específico da velocidade possivelmente poderá estar numa posição mais positiva do que as provas de estrada, referindo concretamente aos ralis. A montanha deverá naturalmente ser afetada como todos as outras especialidades, mas espero que seja menos afetada”, acrescenta o piloto transmontano.

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