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“Perto de 2050, as reformas passam a situar-se não muito longe dos 80 anos”, estima Cavaco

Cavaco Silva traçou um cenário negro para a economia portuguesa e deixou o aviso: a manter-se este ritmo lento de crescimento, por volta do ano 2050 será preciso trabalhar até aos 80 anos para se poder pedir a reforma.

Numa entrevista à Renascença, o antigo Presidente da República comentava “a insustentabilidade da Segurança Social” quando deixou um alerta: o fraco crescimento económico, aliado ao envelhecimento do país, conduzirá à rotura dos sistemas sociais.

Cavaco Silva, que em janeiro de 2012 comentou que as reformas de 10 mil euros não lhe chegavam “para pagar as despesas”, citou um estudo recente para afirmar: “perto de 2050, as reformas passam a situar-se não muito longe dos 80 anos”.

“Isso vai alterar totalmente o percurso de vida de uma pessoa, que neste momento passa por uma fase de educação, uma fase de trabalho e uma fase de reforma. No futuro, existirão mais ciclos de atividade na vida. A previsão é de que, daqui a não muitos anos, mas com certeza depois de 2030, as reformas passem a situar-se e um nível bastante superior aos 65 anos que até aqui se conheciam”, sustentou.

Após uma década na Presidência, depois de ter estado uma década como primeiro-ministro, Cavaco considerou, em julho do ano passado, que “os poderes públicos têm que criar condições para que os casais tomem a decisão de ter mais filhos”. Um pensamento que agora recupera.

“O nosso problema tem que ser resolvido através de uma política muito forte de apoio à natalidade. Políticas que sejam capazes de convencer os casais a terem mais filhos”, frisou.

A emigração, reforçou, não será nunca a solução para o fraco crescimento da economia portuguesa, nem para a sustentabilidade da Segurança Social.

“Não acredito que os refugiados que estão a chegar à Europa possam resolver o problema de Portugal, não só porque não estamos numa rota dos emigrantes, mas também porque muitos, quando chegam aqui, tentam depois escapar-se para países como a Alemanha, a França ou os países nórdicos”, concluiu o antigo Presidente da República.

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