Economia

Países da África Ocidental vão ter mais dificuldades em pagar a dívida

A agência de notação financeira Moody’s considera que o Quénia, Ruanda, Tanzânia e Uganda são países da África Ocidental que vão enfrentar grandes desafios em termos de pagamento da dívida pública, que aumentou significativamente.

“O perfil institucional e orçamental destes quatro países vai ser cada vez mais testado nos próximos anos devido aos riscos associados com a posição em termos de dívida externa, a menor capacidade de pagamento e o aumento da dependência em financiamentos comerciais e riscos de câmbio”, escrevem os analistas numa nota enviada aos investidores, e a que a Lusa teve acesso.

Na análise a estes quatro países da África Ocidental, uma região que inclui os lusófonos Cabo Verde e Guiné-Bissau, a Moody’s diz que “o aumento do peso da dívida reduziu o espaço para a implementação de políticas e influenciou negativamente a avaliação sobre a força orçamental” destes países, que é um dos fatores considerados pela agência quando decide sobre a qualidade do crédito soberano dos países.

O Quénia é o país que tem o maior peso da dívida face à riqueza do país, enquanto o Ruanda é o que teve a acumulação mais rápida de dívida, acrescenta a Moody’s, notando, por outro lado, que “o aumento na contração de dívida comercial amplificou os riscos cambiais no Quénia e na Tanzânia”.

Nestes quatro países, que representam a maioria do PIB desta região africana, “o peso dos juros da dívida está a consumir mais recursos do que no passado”, escreve a Moody’s.

Isto demonstra que os países têm aumentado o nível de empréstimos comerciais face aos empréstimos concessionais, concedidos a taxas de juro mais baixas que as praticadas pelo mercado e normalmente negociados com as instituições financeiras multilaterais como o Banco Mundial ou o Banco Africano de Desenvolvimento.

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