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ONU defende investimento em sistemas de alerta e infraestruturas contra tsunamis

As Nações Unidas defenderam o investimento em sistemas de alerta e infraestruturas contra tsunamis, quando se estima que metade da população mundial, até 2030, viverá em áreas costeiras mais propensas a este tipo de eventos.

“Investir em sistemas de alerta e infraestruturas resilientes será vital para salvar vidas e economias”, declarou a representante especial do secretário-geral da ONU para a redução de riscos de desastres, a japonesa Mami Mizutori, em entrevista à ONU News, na terça-feira.

Segundo Mami Mizutori, por cada dólar investido em prevenção, a maioria dos países obtém quatro vezes o benefício económico.

“Se soubermos tornar a sociedade resiliente”, estes eventos não precisam de se “tornar necessariamente em desastres”, considerou.

A responsável disse ainda que cerca de 90 por cento do financiamento relacionado com desastres naturais tem sido destinado à reconstrução e resposta a danos, com apenas 10 por cento reservado para a prevenção.

“Temos de encontrar uma maneira de mudar esta equação”, considerou, sublinhando que a percentagem devia ser a oposta.

Até 2040, segundo a responsável, vão ser investidos no mundo cerca de 90 biliões de dólares na proteção e construção de infraestruturas.

De forma a garantir que cidades não sejam destruídas por ondas de tsunami, Mami Mizutori apelou para que esse dinheiro seja bem utilizado. “Construam onde se deve, não construam onde não é preciso”, afirmou.

No século passado, lembrou a responsável, os tsunamis mataram mais de um quarto de milhão de pessoas, numa média de cerca de 4.600 por evento, em 58 tsunamis registados, segundo dados da ONU.

O aumento do nível do mar causado pela emergência climática pode aumentar ainda mais “o poder destrutivo dos tsunamis”, disse.

De acordo com a ONU, 680 milhões de pessoas vivem em zonas costeiras baixas.

O relatório de setembro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) destaca que eventos extremos do nível do mar devem ocorrer uma vez por ano até 2050, recordou, durante a entrevista, Mami Mizutori.

Com cada vez mais pessoas a viver em áreas costeiras, “será cada vez mais importante prever desastres (…) e quando se trata do caos causado pelos tsunamis, as estações sismográficas e de monitorização do nível do mar e a construção estratégica da cidade serão essenciais para resistir os efeitos das climáticas”, afirmou.

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