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“Ninguém festeja à esquerda”, mas “António Costa sai bem destas eleições”, diz Louçã

Francisco Louçã, antigo coordenador do Bloco de Esquerda, reconheceu a derrota em toda a linha da esquerda nas eleições presidenciais, mas ressalvou que António Costa “sai bem” do problema que lhe foi criado por Ana Gomes.

O ex-dirigente bloquista lembrou que em 2016 houve “quatro candidatos de esquerda” que, juntos, representaram “cerca de 40 por cento dos votos”. Nas presidenciais de 2021, houve “menos dispersão” de candidatos, mas a votação da esquerda baixou para “cerca de 25 por cento”.

“À esquerda, com três bons candidatos, todos foram derrotados. Ninguém vai festejar à esquerda”, comentou Louçã, salientando que Marisa Matias teve o pior resultado de sempre do Bloco de Esquerda, assim como João Ferreira a nível pessoal.

Também Ana Gomes saiu a perder, por comparação “com Manuel Alegre ou Sampaio da Nóvoa”, e por não ter conseguido ‘derrotar’ António Costa dentro do Partido Socialista.

“Pode dizer-se que António Costa sai bem destas eleições, porque apoia Marcelo e Ana Gomes quis aparecer no fim da campanha eleitoral como instrumento de uma luta interna do Partido Socialista a favor de Pedro Nuno Santos”, argumentou o ex-líder bloquista, numa análise das eleições presidenciais na SIC Notícias.

Costa beneficiou ainda, como primeiro-ministro, dos maus resultados de Marisa Matias (apoiada pelo BE) e João Ferreira (PCP), pois esses partidos “saem enfraquecidos”, reforçando a posição negocial do PS em matérias como o Orçamento de Estado.

À direita, o triunfo de Marcelo Rebelo de Sousa colocou “um problema” ao PSD, bem mais grave do que o resultado de André Ventura, líder do Chega.

“À direita, o problema chama-se Marcelo. Provou ao PSD que ganhava no centro-direita. O PSD está hoje, com a subida de André Ventura, apertado a aproximar-se à extrema-direita, como aconteceu nos Açores, que é o sinal contrário que dá a vitória de Marcelo”, concluiu Francisco Louçã.

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