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‘Mundial’ de Resistência estuda sistema de lastros para equilibrar a competição

Muito se tem falado da enorme diferença que existe entre a Toyota e as restantes equipas da categoria principal do Campeontato do Mundo de Resistência (WEC). Os responsáveis da competição estão a estudar uma forma de gerar mais equilíbrio de forças através de lastro.

A ideia é de que uma fórmula semelhante à do sistema adotado pela Taça do Mundo de Carros de Turismo (WTCR) seja também aplicada quando chegarem a nova geração Hypercar em 2020.

O atual sistema de equiparação de teconologia em LMP1 não tem tido resultados práticos, mas o diretor desportivo do ACO, Vincent Beumesnil ainda não deu a conhecer como será ser aplicado o balanço de performance no futuro, conceito que talvez já seja implementado a partir da próxima super temporada (2019/2020).

Pilotos como André Lotterer, da Rebellion, já verbalizaram a sua deceção com o atual sistema de equivalência de tecnologias (EoT), pois os dois Toyota TS050 Hybrid rodaram nos testes para as 24 Horas de Le Mans 10 kg mais pesados do que em 2028 e a sua superioridade esmagadora não foi minimamente ‘beliscada’.

Embora as equipas privadas, Rebellion e SMP se tenham mostrado mais competitivas na qualificação para as provas de Xangai (China) e Fugi (Japão), a verdade é que na prática o EoT não as deixou mais perto da Toyota, sobretudo quando tiveram que lidar com o tráfego, onde os TS050 usavam o seu sistema híbrido para rapidamente dobrarem carros de categorias inferiores nas curvas de baixa de velocidade.

“Talvez o equilíbrio de performance funcione numa só volta, mas as corridas de resistência não têm a ver com uma só volta. É difícil equilibrar a performance durante várias voltas entre nós e a Toyota, porque os (protótipos) híbridos têm tração às quatro rodas e têm uma enorme vantagem no tráfego. É uma bocado missão impossível tentar igualizar isso. Penso que fui um pouco ingénuo ao acreditar nisso, porque há tanta performance nos carros de tração integral”, defende Lotterer.

O alemão da Rebellion enfatiza o diferencial entre os LMP1 privados convencionais e os Toyota em diversos pontos do desempenho: “Conseguir ter velocidade nas curvas lentas e não ficar retido atrás do tráfego beneficia-os muito mais do que a nós. Alguns quilos não vão mudar grande coisa. A única forma de equilibrar as coisas seria limitar a potência dos sistemas híbridos para velocidades abaixo dos 120 km/h”.

Para já Beumesnil refere que alterações futuros só serão definidas no final do ano: “Vamos para o Concelho Mundial (da FIA) em dezembro, quando adotaremos as regras para os hipercar como princípio em setembro de 2020. Já adotamos um sistema como esse, e não vejo razões para que não se adote um ano antes”.

“De momento não posso dizer mais nada. Honestamente é apenas um princípio de ter algo que é automático e menos baseado em julgamento. Diria que temos de olhar para isto mais em detalhe sobre os princípios mas gostamos da ideia (equilíbro de performance)”, acrescenta o responsável desportivo dos promotores do WEC.

A Toyota já disse estar aberta a um sistema de lastros pela voz do seu diretor, Rob Leupen, concordando de que a sua equipa pode ajudar a moldar as futuras regras do campeonato.

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