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Rio defende que nem Governo com maioria absoluta conseguirá resolver estrangulamentos do país

O presidente do PSD, Rui Rio, defendeu hoje que nenhum Governo sozinho, “mesmo que tenha maioria absoluta”, conseguirá resolver os problemas estruturais do país, voltando a defender como solução os consensos entre partidos.

Numa intervenção de 45 minutos no American Club, Rio retomou o diagnóstico que tem feito sobre os problemas do país, que considera assentarem em estrangulamentos estruturais de ordem económica, social e, sobretudo, política.

“Nenhum Governo sozinho tem o peso político, mesmo que tenha maioria absoluta, não vai conseguir em circunstância nenhuma resolver estrangulamentos absolutamente estruturais que o país tem e que deixou levar a um ponto que, agora, nem um partido com maior absoluta consegue resolver”, defendeu.

O líder do PSD reiterou, por isso, o seu apelo aos consensos partidários, ainda que, admitiu, tal o faça por vezes “parecer um E.T.” aos olhos sobretudo dos mais jovens.

“Compreendo que alguém com 40, 45 anos se deixe entusiasmar muito por o que vai acontecer no imediato e possa tender a pôr de lado o que é verdadeiramente importante. Mas aqueles que são um pouco mais velhos, compreenderão melhor o que estou a dizer: aquilo que a mim verdadeiramente me preocupa é aquilo que pode ser o meu/nosso legado para o futuro do país, independentemente do que possa acontecer no curto prazo”, afirmou.

“O que possa acontecer no curto prazo já não tem muito a ver com o meu futuro, por força da franja etária em que me encontro”, afirmou o líder do PSD, que tem 61 anos.

Rio realçou que já tentou pôr em prática o que defende, nomeadamente quando apresentou aos restantes partidos uma proposta de reforma da justiça aos outros partidos sem a tornar pública, para que pudessem aderir a ela sem medo de que o mérito pudesse ser apenas atribuído ao PSD.

“Parecia que eu era um E.T. que não sabia o que andava aqui a fazer, vinha lá do Norte”, afirmou, em tom irónico, dizendo ter antecipado que a resposta dos restantes partidos seria negativa, como veio a acontecer.

No entanto, Rio considerou que ainda que “os outros” partidos tenham essa atitude, o PSD deve continuar a insistir e “captar a sociedade” para a importância desses entendimentos

“Se continuarmos com a lógica da massa associativa que estão uns contra os outros como num jogo de futebol, isso não é solução para nada”, realçou.

O líder do PSD recuou aos tempos académicos para lembrar que já os seus professores diziam que tinha mais aptidão para as questões de ordem estrutural do que para as conjunturais, do dia-a-dia, algo que diz não ter mudado.

“Apontamos para a lua, como dizem os chineses, e em vez de olharmos para a lua estão todo a olhar para o dedo”, lamentou.

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