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Miguel Barbosa confiante para continuar a evolução

Depois de uma segunda temporada em que melhorou o nível de resultados, Miguel Barbosa quer fazer melhor no seu terceiro ano no principal Campeonato de Ralis de Portugal, onde volta a apostar no Skoda Fabia R5, mas passa a ter Hugo Magalhães no banco da direita, depois de muito anos ter a seu lado Miguel Ramalho.

O Fabia R5 não teve grande evolução, pois, segundo Miguel Barbosa “o carro já está a um nível muito elevado. Tem tido algumas atualizações a nível de fiabilidade a nível de fiabilidade. A Skoda trabalha muito bem. Estou bastante confiante no carro. Estou muito bem ‘montado’. Temos uma boa ligação à Skoda Portugal e isso é o mais importante, e por isso estou bastante confiante”.

Para Barbosa o Fabia tem-se mostrado um pouco melhor na terra, mas é bastante homogéneo: “Não há R5 maus. Todos os carros são bons, cada um tem as suas particularidades. O Skoda é bom quer no asfalto quer na terra. É verdade que tem sobressaído mais na terra. Talvez seja um pouco melhor nesse tipo de piso, mas acho que é bom nos dois tipos de piso. Cabe à equipa e ao piloto encontrar as melhores afinações para tirar o melhor partido dele”.

Já a opção por Hugo Magalhães para co-piloto é a maior mudança operada na equipa, que Barbosa explica por imperativos de vária ordem, tendo a sua escolha recaído em alguém com provas dadas: “Achamos que era altura de alterar o circulo natural. Sempre procurei rodear-me dos melhores técnicos, das melhores pessoas. E quando surgiu a necessidade o Hugo foi das primeiras escolhas. É um co-piloto que dispensa apresentações. Cujo perfil aprecio. É bastante trabalhador, bastante motivador, está nisto a cem por cento, que é um ponto muito importante e tem uma experiência muito grande. Por isso acho que é uma mais valia”.

Já Hugo Magalhães afirma que nem hesitou quando foi convidado: “Aceitei de imediato pela natureza do projeto. Tinha outras propostas mas esta tem o aliciante que é o desafio de tornar o Miguel um melhor piloto, fazê-lo ir mais longe do que foi em 2017”.

Apoiado na mesma estrutura da Sports & You para a assistência técnica, Miguel Barbosa mantém quase tudo igual na sua equipa, destacando que o seu projeto sempre foi a três anos e está agora agora a iniciar o terceiro.

“A Skoda é o nosso parceiro e sempre foi um carro em que confio bastante, com provas dadas. Daí a continuidade. Temos o engenheiro da Sports & You, que nos acompanha sempre, que é o Daniel, e temos um engenheiro da Skoda que está connosco desde o meio de 2017. Tem sempre acesso a informação que nós não temos”, justifica o piloto lisboeta.

Um ano de ouro

Em termos de campeonato nacional não tenho memória de ver um tão competitivo como o deste ano, por aquilo que que já foi confirmado em termos de pilotos e equipas. Acredito que ainda venham mais pilotos de topo. Vai ser um ano super competitivo, com muitos campeões do Mundo e campeões nacionais. Vai ser muito interessante porque vai elevar o nível do campeonato. Acho que escolhi a altura ideal para vir para os ralis”, sublinha Miguel Barbosa.

Temos a felicidade de ter um campeonato que tem um rali que é considerado o melhor do Mundo, que é o rali de Portugal. E logo aí começamos com o pé direito. E depois temos uma prova do ERC, temos uma prova na Madeira e as provas do continente. Todos temos de puxar pelo campeonato, cada um tem de fazer a sua parte e esperamos que os clubes façam a deles. E faz parte inovar todos os anos, promover. Estamos na altura ideal, porque temos mais visibilidade, porque este vai ser um ano de ouro, quer em ternos de plantel, quer em termos de qualidade”, enfatiza o piloto do BP Ultimate Vodafone Skoda Team.

Sobre os adversários Miguel Barbosa tem uma palavra especial para Armindo Araújo: “É um piloto que é bem vindo ao campeonato, pela pessoa que é, pela notoriedade que traz, mas é mais um. O R5 é algo a que se vai adaptar bem, é um WRC2, pois tem experiência com um WRC e o treino que lhe vai permitir estar ao nível de todos. E acho que vão aparecer mais pilotos de qualidade. Obviamente que o Armindo é uma referência, mas é mais um”.

Para o piloto lisboeta o Hyundai i20 R5 mostrou ser competitivo no asfalto, sendo que na terra é uma incógnita, mas considera que o carro coreano vai ser competitivo, “por isso à partida há que contar com ele”.

Também Carlos Vieira será um adversário a ter em conta, com o título a falar por si: “Ganhou merecidamente o campeonato do ano passado, fez uma grande época, teve um andamento bastante forte. Acho que assim que ganhasse a experiência necessária poderia ganhar. Sempre teve tive a opinião que quem é o Campeão é sempre o alvo a abater no ano seguinte, e por isso é natural que ele o seja também. Mas o campeonato está cheio de pilotos de qualidade e tudo pode acontecer”.

Apologista da alternância de piso

O facto do campeonato passar a ter uma fase inicial de terra e posterior em asfalto não merece a preferência de Miguel Barbosa, que explica porquê:Preocupa-me que haja igualdade em termos de provas no campeonato nacional. Acho que é um ponto que se tem de rever. Acho que esse equilíbrio não existe. Não devia ser permitido haver mais asfalto do que terra. Confesso que gosto muito mais de terra, mas acho que deveria ter 50/50. Dá-me mais prazer em terra. Em termos de espetáculo acho que em terra os ralis são mais bonitos, mas acho que tem de ser mais equilibrado nesse sentido, como foi no passado. Acho que devíamos fazer um esforço para manter isso”.

Nunca fui defensor da solução encontrada. Compreendo que é mais fácil para as equipas logisticamente e que isso possa reduzir alguns custos nos orçamentos das equipas e dos pilotos. Mas também acho que esta alternância entre terra e asfalto também torna o campeonato mais interessante, porque há pilotos que são mais fortes no asfalto e outros na terra, e por isso ia dando um certo sabor ao campeonato. Por isso em termos de espetáculo a alteração não vem trazer qualquer benefício”, sublinha o piloto lisboeta.

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