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Markl demite-se do Festival da Canção, RTP rejeita, mas há polémica

Nuno Markl pôs o lugar de jurado à disposição, mas a RTP rejeitou a demissão. Em causa, o facto de uma das músicas ter sido escrita por João Só, amigo do humorista. Porém, em redor desta história simples há polémica, com “mensagens de ódio” que o humorista abomina. “Vive-se para abater alvos, e por vezes da forma mais reles e desumana”, lamenta.

“Eu consigo perfeitamente separar as coisas e nunca me passaria pela cabeça favorecer o João. Mas compreendo que o facto de eu ser jurado de um concurso onde um colaborador meu participa, pudesse levantar suspeitas” começa por explicar Markl.

Rejeitada a demissão, a direção da RTP e Júlio Isidro, presidente do júri, decidiram que Nuno Markl Irá abster-se da votação nessa canção.

“Admito que, sendo atualmente o João Só meu parceiro das Baladas de Dr. Paixão na Comercial às sextas-feiras, a coisa pudesse soar suspeita. Desse modo, ficou oficialmente decidido: irei abster-me de votar na canção do João”, explica o humorista.

Num texto divulgado no Facebook, Markl faz uma crítica feroz a “mensagens de ódio e puro bullying” que recebeu, nas redes sociais.

O humorista fez alguns comentários que geraram polémica. E fê-lo apenas “para prosseguir uma velha luta de sempre: a de que qualquer bully é um deplorável ser humano que merece ser denunciado”.

“Sorte teve o António Variações em ter aparecido, com o seu visual e voz tão invulgares, numa era pré-redes. Hoje davam cabo dele. Assim, hoje, as redes sociais podem ser simpáticas e respeitosas para com o autor de Estou Além; o ódio prescreveu e a consagração do Variações aconteceu antes da invenção do Facebook. Sorte a dele, de facto”.

Nuno Markl aproveita o caso para lamentar “o instinto de ódio que este país tem para com os seus artistas, independentemente de quem eles sejam”.

“Vive-se para abater alvos, e por vezes da forma mais reles e desumana”.

Diz-se “cansado de ódio” e lamenta que se gastem “muitas energias a odiar tudo com muita força, indiscriminadamente”.

“A um ponto que me leva a questionar: se as pessoas se enfurecem com esta força coisas que se passam num Festival da Canção, que fúria terão ainda para se enfurecerem com as coisas realmente dignas de fúria que acontecem na vida? Não sei. E se calhar, nem tenho de saber”, conclui.

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