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Líder trabalhista quer eleições se deputados chumbarem acordo com UE

O líder do Partido Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, anunciou hoje que vai exigir eleições antecipadas se o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE) for chumbado no parlamento.

No discurso de encerramento do Congresso dos Trabalhistas, principal partido da oposição, Corbyn disse que vai votar contra um acordo que seja baseado na proposta da primeira-ministra, Theresa May, o chamado plano ‘Chequers’, e que também não aceitará uma saída sem acordo, o que seria “um desastre nacional”.

“Tal como está, o Partido Trabalhista vai votar contra o plano ‘Chequers’ – ou o que restar dele – e opor-se a uma saída da UE sem acordo”, disse.

“Se o parlamento votar contra um acordo dos Conservadores ou o Governo não conseguir nenhum acordo, vamos pressionar para [a convocação de] eleições gerais”, afirmou.

O líder afirmou que os trabalhistas só apoiarão um acordo que inclua “uma união aduaneira, sem uma fronteira rígida entre a Irlanda e a Irlanda do Norte, e que proteja empregos, os direitos das pessoas e as normas ambientais e de consumo”.

“Se não pode negociar esse acordo, então tem de abrir caminho ao partido que pode”, disse, dirigindo-se à primeira-ministra.

Sobre um novo referendo, uma questão que dominou o congresso trabalhista, Corbyn afirmou apenas que, se não forem convocadas eleições antecipadas, então “todas as opções” vão estar em cima da mesa.

À parte a questão do Brexit, que dominou o congresso, Jeremy Corbyn rejeitou o “capitalismo selvagem”, afirmando que “a velha maneira de gerir as coisas já não funciona” e que as ideias socialistas que defende são “a nova tendência política”.

O líder trabalhista criticou a governação do Governo conservador e a “dor social” que causou com os cortes na despesa pública e defendeu grandes investimentos nos serviços públicos, o que foi muito aplaudido pelos delegados.

Com a crise financeira de 2008, “o sistema político e empresarial envidou todos os esforços para resgatar e apoiar o sistema que esteve precisamente na origem da crise”, afirmou.

“O preço disso não foi só a estagnação, a baixa de salários pelo período mais longo de que há registo e quase uma década de cortes profundamente prejudiciais nos serviços públicos”, disse.

As políticas de austeridade, afirmou, “também alimentaram o crescimento do racismo e da xenofobia dentro e fora do país”.

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