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Jair Bolsonaro desconfia do sistema eleitoral brasileiro e da subida do PT nas sondagens

O candidato às eleições presidenciais no Brasil Jair Bolsonaro, disse no sábado, em entrevista à TV Globo, que desconfia do sistema eleitoral brasileiro e da subida do Partido dos Trabalhadores (PT) nas sondagens, que considerou um “absurdo”.

O candidato do Partido Social Liberal (PSL) disse duvidar do crescimento do PT nas mais recentes sondagens e reforçou a dúvida sobre a transparência do sistema eleitoral, naquela que foi a sua primeira entrevista após ter recebido alta hospitalar e emitida no dia em que ocorreram vários protestos contra a sua candidatura, tanto no Brasil como da comunidade brasileira espalhada no mundo.

“Foi um absurdo o PT crescer [nas sondagens]. Não existe isso: o que eu sinto nas ruas, o que eu vejo nas manifestações – haverá uma grande amanhã – é um sinal claro de que o povo está do nosso lado e, da forma como isso é demonstrado, não dá para a gente aceitar passivamente a fraude”, disse, 22 dias após ter sofrido um atentado contra a sua vida.

Bolsonaro, que registou uma subida nas intenções de voto enquanto esteve internado, voltou a criticar o sistema eleitoral. O candidato sublinhou que “havia uma maneira de o auditar”, através do voto impresso”, mas que, “lamentavelmente o Supremo Tribunal [Federal] derrubou” essa possibilidade, pelo que, “fica a dúvida” sobre o ato eleitoral, concluiu.

O candidato da extrema-direita disse estar “muito feliz” por regressar a casa e manifestou vontade em participar no debate eleitoral da próxima semana, apesar de ainda estar debilitado.

“Quero rever a minha filha de sete anos, a família, [e isso] não tem preço. Estou muito feliz. Eu tenho recomendações médicas, mas estou [a] ver se consigo ir ao debate da Globo na quinta-feira”, disse.

“Tenho vontade [de ir]. Fiquei muito tempo afastado, fui muito atacado, é a oportunidade que tenho de mostrar a realidade”, acrescentou.

Bolsonaro disse também que pretende desfazer mal entendidos. “Parte da equipa falou demais. Mas foi tudo de boa fé. E os ataques que foram muitos, se for possível, a gente desfaz”, garantiu.

O voo que transportou Bolsonaro desde São Paulo até ao Rio de Janeiro, estado brasileiro onde reside, esteve envolto em polémica.

A descolagem da aeronave atrasou cerca de meia hora, segundo a imprensa brasileira, devido à presença do candidato e da sua comitiva no avião.

A polícia federal acompanhou Bolsonaro e foi pedido a alguns passageiros que trocassem de lugar para que os membros de segurança ficassem mais perto do candidato. A situação provocou fortes reações entre passageiros e assistentes de bordo.

A alta hospitalar de Jair Bolsonaro ocorreu no mesmo dia em que tiveram lugar vários protestos por todo o Brasil, e por comunidades brasileiras espalhadas pelo mundo, contra e a favor do candidato da extrema-direita.

Durante o período de internamento, Bolsonaro passou por duas cirurgias: uma para estancar a hemorragia, logo após o ataque, e outra, também de emergência, para corrigir um problema no intestino.

Durante o período em que esteve internado, Bolsonaro subiu nas intenções de voto dos brasileiros e consolidou a liderança da corrida eleitoral. Segundo uma sondagem realizada pela plataforma Ibope divulgada um dia antes do ataque, Bolsonaro tinha 22 por cento. Nas mais recentes sondagens, de dia 26 de setembro, Bolsonaro registou 27 por cento das intenções de voto.

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