“Nós queremos aumento do salário, mas o patrão não está a aceitar”, referiu António Carlos, operário na açucareira.
É a terceira vez que uma paralisação acontece este ano na fábrica de transformação de cana, estimando-se que 800 trabalhadores estejam parados, pedindo tabelas superiores às atuais, com salários mínimos de 4.600 meticais (cerca de 68 euros).
Na última greve, em agosto, o Governo pediu que os trabalhadores retomassem a atividade e garantiu que ajudaria a resolver o assunto em duas semanas, mas, “chegados ao fim do prazo, não houve nada”, referiu Elias Tala, membro da comissão dos trabalhadores, em declarações à Lusa.
“A empresa limita-se a dizer que não tem dinheiro para resolver o assunto”, acrescentou Tala.
Em negociações, na quinta-feira, a Maragra Açúcar SA propôs um bónus de 20 por cento sobre o vencimento do mês de dezembro, mas os trabalhadores recusaram, exigindo um aumento de salário e dizendo que “o bónus faz parte de outro pacote”.
A greve, por um prazo de 30 dias, deverá durar até final do mês, de acordo com a carta remetida à administração da empresa, e poderá ser repetida se não houver respostas, disse António Carlos.
Contactada pela Lusa, a administração da Maragra recusou-se a prestar declarações.
A açucareira Maragra é detida maioritariamente (90 por cento) pelo grupo empresarial sul-africano Illovo, estando os restantes 10 por cento nas mãos da sociedade privada Marracuene Agrícola Açucareira SARL.