Mundo

A Google vai tratar doenças sem medicamentos

A Google quer tratar doentes crónicos sem recorrer a medicamentos, apostando numa parceria entre a Verily (propriedade da Alphabet, da Google) e a farmacêutica GlaxoSmithKline (GSK). O projeto prevê criar dispositivos bioeletrónicos injetáveis que transformarão os remédios (quase todos com efeitos secundários) no passado da medicina. E como vai reagir a indústria farmacêutica?

O uso de medicamentos é prática comum – e diga-se em abono da verdade que milhões de vidas foram salvas, graças aos fármacos, mesmo com efeitos secundários negativos. Mas a Google pretende cortar com o passado e apostar na bioeletrónica.

Para o efeito, a Verily e a farmacêutica GlaxoSmithKline estabeleceram um protocolo que tem como objetivo o desenvolvimento de dispositivos bioeletrónicos injetáveis, capazes de substituir os medicamentos.

Esta parceria está em velocidade-cruzeiro. Já está criada uma empresa, a Galvani Bioeletronics, que implicou um investimento de 720 milhões de dólares (cerca de 642 milhões de euros), nos próximos sete anos.

O objetivo é apostar na bioeletrónica, que recorre a aparelhos de reduzidas dimensões para alterar sinais elétricos que viajam pelos nervos do corpo humano.

Uma vez que os neurónio formam uma rede interligada com todos os órgãos, através da bioeletrónica seria possível estimular e controlar as funções do corpo humano.

Este processo permitiria, por exemplo, tratar de doenças como a diabetes, hipertensão, asma, entre outras, controlando o órgão que está na origem do problema.

Com este método inovador promovido pela Google, seriam dispensados os medicamentos e o paradigma do tratamento de doenças crónicas seria alterado. Os efeitos secundários dos medicamentos seriam eliminados. Os dispositivos bioleletrónicos apresentariam muito menos danos colaterais.

Para que a nova ciência possa tornar os medicamentos dispensáveis falta um detalhe. Um detalhe importante: mapear os sistemas elétricos do corpo humano. Este processo ainda está por concluir, mas tudo se resume ao tempo.

A parceria da Verily com a GSK está em curso e em breve a bioeletrónica permitirá um avanço notável na medicina, “juntando saúde e tecnologia para realizar uma visão partilhada e terapias elétricas de precisão”, salientou Moncef Slaoui, diretor-executivo da GSK.

Refira-se que esta não é a primeira Google, através da Verily, entra na área da farmacêutica. Um protocolo celebrado com a Novartis, em 2015, permitiu o desenvolvimento de uma lente de contato capaz de medir níveis de glicose.

Em destaque

Subir