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Frases da campanha de Bolsonaro entoadas nos festejos da vitória em Brasília

“A nossa bandeira jamais será vermelha”, “mito” e “eu vim de graça” foram algumas das palavras da campanha eleitoral de Jair Bolsonaro entoadas no domingo pelos brasileiros nos festejos da vitória da extrema-direita, em Brasília.

Não faltou fogo de artifício, música, buzinas, insufláveis gigantes e até comida feita no momento para as centenas de pessoas que se concentraram na esplanada dos ministérios, na capital brasileira, para celebrar euforicamente a eleição de Jair Messias Bolsonaro para o cargo de Presidente da República do Brasil.

Felicidade foi mesmo o termo mais usado pelos habitantes de Brasília, para descrever o momento.

“Estamos muito felizes. O nosso país está a livrar-se do grande mal que há no mundo que é o comunismo. O nosso país começa um novo ciclo de prosperidade, de esperança, de crescimento e abundância. Estamos aqui para comemorar isso. Viva o Brasil. Glória a Deus”, disse um casal de namorados, à agência Lusa.

“Estou muito feliz porque o Brasil está a entrar numa fase que a gente tanto sonhava. Foram muitos anos que vivemos de forma precária por conta do governo que antecedeu durante estes anos todos e hoje estamos a viver um sonho, algo que todos desejávamos, e a prova está aqui”, disse um dos apoiantes de Bolsonaro, apontando para a multidão em festa.

Um brasileiro que participou ativamente na campanha política do Partido Social Liberal (PSL) afirmou que não podia estar mais feliz com esta vitória, após muitas horas dedicadas a fazer propaganda a favor da extrema-direita.

“Estou muito, muito feliz. Valeu a pena o sofrimento, a guerra, a batalha. Agora vamos passar mais quatro anos de muita felicidade, de muita conquista. Valeu muito a pena o esforço e o sofrimento, a campanha que fizemos de graça contra a corrupção”, declarou o ajudante da campanha do confesso defensor da ditadura militar.

Um grupo de jovens, vestido a rigor com camisolas e bandeiras com o rosto de Bolsonaro mas ainda sem idade para votar, não quis perder a oportunidade de dizer à Lusa o motivo de acharem que o Bolsonaro é a pessoa ideal para liderar o país.

“Se formos analisar as propostas de governo, Haddad quer aumentar os impostos e Bolsonaro quer diminuir, Bolsonaro quer também cortar em alguns ministérios. Ele é liberal, conservador e de direita, enquanto que o outro (Haddad) é de esquerda e já está há 13 anos no poder, já está na hora da mudança”, disseram os jovens antes de interromperem a entrevista em alvoroço após um insuflável de Lula da Silva, vestido de prisioneiro, ser içado.

Uma das apoiantes de Bolsonaro fez-se acompanhar do seu filho, ainda pequeno, e afirmou que com Bolsonaro no Governo as crianças estarão mais protegidas.

“Ele preza pela família e ele também tem a questão da ideologia de género, por isso preza pela família e pelas crianças. (…) É uma pessoa de bem, que não tem histórico com roubalheira, ele é um polícia e serva a pátria. É um patriota”, afirmou.

Outra família presente na esplanada dos ministérios disse estar “aliviada por depois de 16 anos ter a oportunidade de mudança de rumo, de retomada do crescimento, da segurança e da credibilidade no país”.

“O país precisa de mudança, de disciplina e de educação. Está tudo perdido e abandonado e Bolsonaro vai mudar isso, com certeza”, disse mais uma apoiante de Bolsonaro acompanhada pela filha.

De facto, foram muitas as famílias que se juntaram às festividades em nome do Brasil e da vitória do capitão do exército reformado, Jair Bolsonaro. Um ambiente familiar e de festa, sem registo de incidentes e violência, que promete durar a noite toda.

O candidato do Partido Social Liberal (PSL, extrema-direita) Jair Messias Bolsonaro, 63 anos, capitão do Exército reformado, foi eleito no domingo, na segunda volta das eleições presidenciais, o 38.º Presidente da República Federativa do Brasil, com 55,1 por cento dos votos.

De acordo com os dados do Supremo Tribunal Eleitoral, Fernando Haddad, candidato do Partido dos Trabalhadores (PT, esquerda), conquistou 44,9 por cento dos votos, com o escrutínio provisório (99,99 por cento das urnas apuradas) a apontar para 21 por cento de abstenção do total de eleitores inscritos (mais de 147,3 milhões).

Numa declaração à porta de sua casa, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, ainda no domingo, o Presidente eleito prometeu que o seu Governo “será um defensor da Constituição, da democracia e da liberdade”.

“Este é um país de todo nós, brasileiros natos ou de coração, de diversas opiniões, cores e orientações”, disse Jair Bolsonaro.

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