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Equipa Hyundai “enquadra-se no espírito vencedor” de Armindo Araújo

A poucas semanas de consumar o seu regresso profissional aos ralis, Armindo Araújo fala ao PT Jornal do projeto da Hyundai no Campeonato de Portugal de Ralis e os seus objetivos para este ano.

O piloto de Santo Tirso explicou porque razão pôs fim a um afastamento do automobilismo de quase uma década: “O meu regresso podia acontecer, mas com algumas condições, que tinha que ser com o apoio de uma marca oficial, com patrocinadores que me permitissem montar uma boa estrutura, para podermos ter meios para lutar pela vitória. Durante este tempo que estive afastado não houve condições para que isso realmente acontecesse. E este projeto enquadra-se no espírito vencedor que eu tenho, de virmos à luta, lutarmos por objetivos, por isso foi fácil chegarmos aqui a um consenso, que proporcionou o meu regresso à competição. Estou muito motivado para estes objetivos, de tentar estar na luta pelo campeonato de Portugal de ralis de 2018. Por isso todo o foco está em trabalhar para dar o máximo à Hyundai”.

A oportunidade para Armindo Araújo guiar o i20 R5 pela primeira vez não aconteceu ainda devido a algumas limitações de calendário, como faz questão de salientar: “O carro chegou há uma semana da Hyundai Motorsport. Vamos agora na próxima semana fazer dois dias de testes, com o ‘staff’ técnico tentar arranjar o melhor ‘set-up’ possível para poder atacar a nova época. O prazo é o possível, mas vamos fazer uma preparação razoável para estarmos num nível bom em Fafe”.

Há também uma forma diferente de trabalhar neste envolvimento da Hyundai no CPR, com os seus pilotos anexados a estruturas diferentes, como explica Armindo Araújo.

“Eu e o Carlos (Vieira) estamos em estruturas diferentes. O Carlos vai desenvolver o seu carro para o seu estilo de condução, e eu tenho a minha equipa técnica já com experiência nos Hyundai. Vamos trabalhar internamente para arranjar as melhores soluções técnicas. Eu já conhecia a RMC há alguns anos, já corri com eles. Tenho um excelente relacionamento com o Roberto Mendes, que é o dono da estrutura, e este é um projeto conjunto. A RMC também quis abraçar este projeto com a Hyundai, também quis fazer parte deste projeto com a ambição de vencer”, refere o antigo Campeão do Mundo de Grupo N.

“É verdade que não corro em Portugal desde 2006, tenho esse handicap neste meu regresso. Não conheço os R5, não conheço as provas, mas não é isso que me está a preocupar neste momento, mas preocupa-me antes fazer o melhor possível com aquilo que tenho, e a preparação que irei fazer. Joga a meu favor a experiência que ganhei do ‘Mundial’, que tenho na minha carreira, por isso não me lamento do que não tenho mas vou mais aproveitar aquilo que tenho”, assume o piloto de Santo Tirso.

“Acho que me adapto bem. Nós quando tempos uma carreira longa, quando fazemos vários campeonatos nacionais e mundiais, e representamos várias marcas durante o nosso percurso profissional, isso também nos dá uma experiência que nos permite adaptar depressa quando conhecemos novos carro, novas filosofias de afinação, novos engenheiros, novas equipas. Por isso esta é uma nova fase da minha carreira que me deixa muito motivado, mas é mais um desafio, como outros que tive na minha carreira, em que tive sucesso. Por isso também quero ter sucesso com a Hyundai”, refere Armindo Araújo.

O desafio de correr com um R5

O antigo Campeão do Mundo de Produção está entusiasmado por competir aos comandos de carros de ralis de uma nova geração: “Estes são carros já muito evoluídos, muito desenvolvidos, preparados para a alta competição. São protótipos de corrida. Estou muito entusiasmado para guiar o i20 R5. Diria que este carro é um Mini WRC”.

Aspeto que merece elogio por parte de Armindo Araújo é o facto do campeonato ser agora dividido por duas fases distintas, com provas de terra seguidas e asfalto na segunda metade: “A mudança do figurino do campeonato é uma mudança positiva. Eu também sou apologista desta solução. Faço parte do lote de pilotos que puxa por isto, porque assim conseguimos estruturar bem a nossa época, conseguimos fazer uma boa preparação pré-época para os pisos de terra, conseguimos uma boa base de ‘set-up’ para atacar essa fase do campeonato, e depois quando fizermos a passagem para asfalto, voltamos a fazer uma preparação de época de asfalto, para o resto da temporada, em que nos focamos nesse tipo de piso. Quando temos de fazer alterações constantes no carro isso envolve custos, envolve uma logística muito mais complicada e por isso complicava uma situação que à partida pode ser bem resolvida”.

Fotos: Ricardo Cachadinha

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