Desporto

El País critica os “incendiários do futebol português”

O jornal espanhol El País dedicou esta sexta-feira um espaço para a criticar os “incendiários do futebol português”, especialmente os presidentes dos três grandes, Luís Filipe Vieira, Bruno de Carvalho e Pinto da Costa.

“Provavelmente não há no mundo um país com futebolistas tão pacíficos e dirigentes mais violentos. Falamos de Portugal”, começa por escrever o jornalista Javier Martín Del Barrio.

O artigo refere vários incidentes de violência vividos no futebol português nos últimos tempos, com destaque para os tiros disparados pelas autoridades antes do recente dérbi que o opôs o Vitória de Guimarães ao Sporting de Braga, bem como a vitória do Sporting em Tondela, aos 99 minutos, que motivou acusações a João Capela.

A publicação cita o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, ao referir que existem “sinais de alarme no futebol português”.

Bruno de Carvalho, Luís Filipe Vieira e Pinto da Costa são também visados no artigo, sendo relacionados com incidentes ‘extra-futebol’.

De resto, Javier Martín Del Barrio escreve que os dirigentes se conhecem “nos relvados”, mas também “dos tribunais de justiça”. O jornalista lembra os alegados crimes de branqueamento de Luís Filipe Vieira, a associação criminal de Pinto da Costa ou o tráfico de influências de Bruno de Carvalho.

O ‘boicote’ levantado pelo Presidente do Sporting aquando da ‘vitória’ na última Assembleia do clube é sublinhada pelo El País, que lembra os “insultos sofridos pelos jornalistas que cobriam o evento”.

“O clima de ódio”, categorizado de “alarmante” pelo El País, é ainda explicado pela “violência entre os adeptos, o ódio entre os clubes, estendido às redes sociais e aos órgãos de comunicação social não pode ser ignorada pelo Estado”, como refere Fernando Gomes.

O artigo lembra ainda os 2117 incidentes violentos registados na época 2015/2016, sublinhando a subida para 2671 na temporada seguinte, além das 52 denúncias dos árbitros por actos de violência que não envolvem futebolistas.

“Portugal vive o melhor momento da sua história futebolística, campeão da Europa das seleções de futebol e de futsal e com as melhores estrelas do mundo, Cristiano e Ricardinho. Neste caso, os problemas não são nos relvados, os sarilhos do futebol português, nascem, crescem e multiplicam-se noutros palcos”, pode ler-se no artigo.

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