1 de setembro, nasce Lobo Antunes, o escritor dos mitos reais
Hoje é dia de homenagear o escritor António Lobo Antunes, que nasceu em Lisboa a 1 de setembro de 1942. ‘Memória de Elefante’, ‘Os Cus de Judas’ e ‘Conhecimento do Inferno’, os seus três primeiros livros, revelaram desde logo o grande autor que se escondia num anónimo médico do Hospital Miguel Bombarda.
António Lobo Antunes nasceu em Lisboa, licenciou-se em Medicina e optou pela Psiquiatria. De 1971 a 1973, participou na Guerra do Ultramar, em Angola, como tenente-médico do Exército.
Enquanto exerceu no Hospital Miguel Bombarda (foi psiquiatra até 1985), escreveu três livros, aclamados como grandes obras pela crítica. ‘Memória de Elefante’, ‘Os Cus de Judas’ e ‘Conhecimento do Inferno’ – livros de um autor marcado pela guerra colonial – catapultaram Lobo Antunes para o centro da discussão literária.
Já depois de deixar o Miguel Bombarda, prossegue a sua obra, com mais quatro livros (‘A Explicação dos Pássaros’, ‘Fado Alexandrino’, ‘Auto dos Danados’ e ‘As Naus’) que trespassam a história de Portugal, desde os Descobrimentos até à Revolução de Abril.
Depois de revisitar estes factos, não da perspetiva do povo heróico, mensagem que sempre foi transmitida, Lobo Antunes faz uma visita à sua infância e adolescência, ao local onde viveu: o bairro de Benfica, em Lisboa. O autor junta factos e personagens que estão para além deste período da sua vida, representação de pessoas que também tiveram forte preponderância na sua vida, já como adulto.
Das crises conjugais (o divórcio que superou) às contradições dos mitos dos Descobrimentos, dos traumas da guerra às memórias de infância, Lobo Antunes viaja pelo tempo, recorrendo às letras que os conhecimentos de psiquiatria lhe permitiram escolher.
António Lobo Antunes transformou-se num dos escritores portugueses mais lidos em todo o mundo. Renovou o estilo, mantendo-se fiel à essência, prosseguindo no enriquecimento de uma obra notável.
Com os livros ‘Exortação aos Crocodilos’, ‘Não Entres Tão Depressa Nessa Noite Escura’, ‘Que Farei Quando Tudo Arde?’ e ‘Boa Tarde às Coisas Aqui em Baixo’ enriquece a ficção portuguesa.
A dimensão do seu trabalho mereceu um sublinhado com alguns dos mais prestigiados galardões de literatura, como o Prémio Jerusalém (2005) e o Prémio Camões (2007). Em 2008, o Ministério da Cultura de França atribui a Lobo Antunes as insígnias de Comendador da Ordem das Artes e das Letras francesas.
Hoje, 1 de setembro, dia em que se assinala o aniversário de António Lobo Antunes, homenageia-se um dos maiores autores de Língua Portuguesa.
Nasceram a 1 de setembro Maria de Castela, infanta de Castela e rainha de Aragão (1401), Engelbert Humperdinck, compositor alemão (1854), Edgar Rice Burroughs, escritor norte-americano (1875), António Lobo Antunes, médico e escritor português (1942), Barry Gibb, membro dos Bee Gees (1946), Gloria Estefan, cantora cubana (1957), e Ruud Gullit, ex-futebolista e treinador holandês (1962).
Morreram neste dia Dulce Berenguer de Barcelona, Rainha de Portugal (1198), Jacques Cartier, explorador francês (1557), Richard Steele, ensaísta, dramaturgo e estadista britânico (1729), Jean-François Séguier, botânico e naturalista francês (1784), e François Mauriac, escritor francês (1970).