Defesa de Sócrates arrasa despacho de acusação
Numa reação oficial ao facto de José Sócrates ser acusado de 31 crimes e de acumular 24 milhões de euros na Suíça, João Araújo e Pedro Delille (advogados do antigo primeiro-ministro) contestam a acusação feita contra o antigo chefe do governo e dizem que esta é “oca” e “não tratou de procurar a verdade”.
“Pela extensão, ainda não analisámos todos os aspetos da acusação”, começou por dizer João Araújo, salientando que a “prisão de Sócrates serviu apenas para investigar”.
Na comunicação, o advogado de defesa de José Sócrates revela que “a acusação tem factos falsos” e “não foi uma investigação séria” e “não tratou de procurar a verdade”.
Aos jornalistas, o advogado salientou também que o “tempo da investigação ultrapassou o insuportável”.
Daí que, diz, a “acusação é oca e foi uma fuga para a frente”.
Os advogados de defesa de José Sócrates já tinham contestado o despacho de acusação da Operação Marquês (ver aqui), salientando que se trata de um “romance, um manifesto vazio de factos”.
Não querem Carlos Alexandre como juiz de instrução
Pedro Delille disse que Carlos Alexandre “não pode ser o juiz de instrução”. Ainda assim, “seja quem for, parto do princípio de que será um juiz honesto”.
No entanto, sublinha: “Não temos dúvidas de que o Carlos Alexandre não poderá ser o juiz de instrução. O senhor juiz Carlos Alexandre assumiu um protagonismo tão grande ao lado do titular do inquérito que não pode ser juiz de instrução.”
Não sendo Carlos Alexandre, o processo passará para Ivo Rosa no Tribunal Central de Instrução Criminal.
A Procuradoria-Geral da República (PGR), recorde-se, anunciou na manhã desta quarta-feira (ver aqui) que o Ministério Público (MP) deduziu acusação na Operação Marquês contra 28 arguidos, entre los quais está José Sócrates.
No comunicado, o MP faz saber que o antigo primeiro-ministro está acusado de 31 crimes, sendo três de corrupção passiva, 16 de branqueamento de capitais, nove de falsificação de documentos e três de fraude fiscal qualificada.
