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Dar um animal como presente é uma boa ou má ideia?

Perceba os prós e contras de se oferecer um animal como presente e saiba se é boa ou má ideia

A escolha de presentes para dar a alguém pode ser uma tarefa simples mas também complicada. No fundo, depende dos gostos e preferências de quem oferece e de que recebe o presente. Para ocasiões especiais há quem opte por oferecer animais de companhia. Mas será que dar um animal como presente é uma boa ou uma má ideia? Perceba neste artigo.

Dar um animal como presente a alguém é uma boa ideia?

Gostar de animais não é sinónimo de que se está preparado para cuidar de um animal de companhia. Por isso, se você está a pensar oferecer um animal como presente a alguém deve fazer uma reflexão e perceber se a pessoa que vai receber será capaz de cuidar do animal. Se a pessoa que vai receber o animal cuidar dele e tiver disponibilidade, é uma ótima ideia. Se não for assim, mais vale não oferecer.

A pessoa pode gostar de animais mas não ter espaço em casa, pode não ter tempo para lhes dedicar ou até mesmo não ter capacidades financeiras ou físicas para cuidar deles.

No fundo, há sempre interrogações que se devem fazer antes de oferecer um animal de companhia como presente. Ao contrário de uma peça de roupa, um brinquedo ou outro objetivo, um animal não é descartável e devem evitar-se as devoluções.

Assim, é fundamental perceber se a pessoa a que se destina o animal vai conseguir tratar do animal como merece. Isto porque, não raras vezes, há quem ofereça animais de estimação a crianças ou idosos, só porque as pessoas adoram animais.

Só que é preciso perceber que uma criança não tem idade para assumir tal responsabilidade e um idoso pode não ter condição física para tratar e cuidar de uma animal.

Antes de oferecer um animal tenha em atenção as seguintes situações

Quem recebe o animal assume um compromisso com ele de cuidar e tratar ao longo da sua vida que, em muitos casos, pode durar mais de 10 anos.

É fundamental também perceber em que condições se vai integrar o animal de companhia. Há condições para o receber? Quem vai tomar conta do animal tem saúde para tal? Quem terá a responsabilidade de cuidar do animal caso o responsável falhe?

Dar um animal de presente implica ter a convicção de que a pessoa que o recebe não vai descartá-lo passadas umas semanas ou meses. Um animal precisa de atenção e as pessoas têm de interagir com o animal.

O que muitas pessoas que querem oferecer animais não pondera é o tipo de vida da pessoa que vai receber o animal. Imagine o caso de alguém cujo trabalho tem frequentes viagens. A pessoa tem capacidade para levar o animal nas suas viagens? Ou terá folga financeira para contratar serviços de entidades ou empresas que tomam conta dos animais?

Importante é também perceber que os animais crescem e mesmo os de porte mais pequeno precisam de espaço. Nem sempre os animais ficam com a aparência de ‘desenho animado’. Os animais têm necessidades, fazem asneiras e até podem estragas coisas em casa.

Por isso, é importante perceber se a pessoa a quem quer dar o animal de presente tem capacidade psicológica para encarar algumas adversidades muito naturais no crescimento de um animal como, por exemplo, arranjar sofás ou roer chinelos, como muitos gatos ou cães, respetivamente, podem fazer.

Como escolher um animal para ter em casa?

Para se oferecer um animal a alguém convém também perceber o contexto onde este se vai inserir para escolher de forma correta.

É necessário perceber se o porte do animal se pode adequar à casa para onde vai, a raça, se está castrado ou não, se tem pelos ou escamas no caso de peixes, por exemplo.

Ou seja, não deve oferecer um animal só por impulso ou porque uma pessoa gosta. Dar um animal de estimação a alguém pode ser considerado um ato de amor não apenas para a pessoa a quem se oferece mas ao animal.

Só que é preciso estar ciente da responsabilidade que é ter um membro na família. Partilhar a vida com um animal pode ser muito gratificante mas é necessário estar preparado para todos os desafios.

Até porque um animal de estimação é um ‘presente’ muito sério. E abandonar um animal de companhia pode levar a problemas com a justiça.

O que diz a lei sobre o abandono de animais de companhia?

A segurança dos animais de companhia está prevista e abandonar animais pode gerar problemas com a justiça.

O Código Penal português estabelece no seu Artigo 388.º sobre “abandono de animais de companhia” as seguintes situações:

1 – Quem, tendo o dever de guardar, vigiar ou assistir animal de companhia, o abandonar, pondo desse modo em perigo a sua alimentação e a prestação de cuidados que lhe são devidos, é punido com pena de prisão até seis meses ou com pena de multa até 60 dias.

2 – Se dos factos previstos no número anterior resultar perigo para a vida do animal, o limite da pena aí referida é agravado em um terço.

Deste modo, tenha a certeza do modo de vida que se vai dar ao animal a quem o quer oferecer. Acautele sempre a informação à pessoa que receberá o animal como presente dos riscos penais que corre em caso de abandono.

A recente alteração do Regime Sancionatório Aplicável aos Crimes Contra Animais de Companhia procurou aumentar a proteção dos animais. De resto, vários municípios portugueses prestam uma especial atenção aos animais de companhia com políticas que visam combater o abandono.

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