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Coalas podem entrar na lista de espécies em perigo em regiões da Austrália

O impacto dos fogos florestais na vida animal na Austrália pode implicar que os coalas, um dos principais símbolos nacionais, possam ser declarados espécie em perigo em vários pontos do país, alertou hoje o Governo australiano.

Estimativas do executivo australiano, reveladas hoje pela ministra do Ambiente, Sussan Ley, referem que os fogos destruíram vastas áreas que são habitats tradicionais dos coalas, especialmente nos estados de Nova Gales do Sul (NSW) e Victoria.

Só em NSW, disse, estima-se que os fogos tenham queimado cerca de um terço do habitat, com a avaliação final do impacto ainda a ser compilada, especialmente porque continua a haver fogos ativos.

Grupos ambientais e várias instituições – como o Hospital de Coalas em Port Mcquarie, na costa a norte de Sydney ou o Taronga Zoo, em Sydney – tem estado a desenvolver esforços para responder ao impacto que os fogos tiveram na vida animal no país.

Estimativas da Universidade de Sydney indicam que podem ter morrido mais de mil milhões de animais, com vários santuários a debaterem-se agora com faltas graves que, em alguns casos, agravaram problemas que já existiam.

No intuito de responder à emergência, o Governo federal anunciou já um pacote de assistência para esta questão, avaliado em 50 milhões de dólares australianos (cerca de 31 milhões de euros) para apoio à recuperação da vida selvagem destruída pelos fogos das últimas semanas.

Metade deste pacote inicial será para um Fundo de Recuperação de Emergência e o resto será dividido entre os grupos ambientais que estão a atuar “na linha da frente”.

Ley, que falava em Port Mcquarie, disse que “tudo que possa ser feito será feito” para ajudar à recuperação da população de coalas e outros animais especialmente atingidos pelos fogos.

Em alguns locais, como num jardim zoológico nos arredores de Batemanm’s Bay – na costa a sul de Díli, uma das zonas mais afetadas, – os funcionários alertaram já para a falta de meios, reconhecendo ao mesmo tempo que são necessários mais esforços preventivos para lidar com o problema dos fogos.

No caso dos coalas, uma das estimativas, feita pelo grupo ambiental North East Forest Aliance, é de que em zonas no Norte de NSW podem ter morrido três quartos da população, com vários animais a serem agora tratados em vários locais por efeitos dos fogos.

Responsáveis do Hospital de Coalas de Port Mcquarie notam que o efeito se prolongará no tempo, com alguns animais a terem queimaduras e efeitos respiratórios que podem ainda levar à morte de mais coalas.

A ameaça às espécies de animais autóctones da Austrália vai ser debatida esta semana numa reunião de um painel do Governo Federal que reúne especialistas universitários, de várias instituições e dos Governos estaduais.

Um dos primeiros passos é preparar um mapa detalhado das zonas afetadas, definir medidas de recuperação a longo prazo e procurar estabelecer novas colónias de animais em zonas que não arderam.

Isso obriga, necessariamente, a garantir um equilíbrio entre essas espécies e predadores naturais.

Apesar de saudarem o apoio inicial do Governo, associações ambientais notam que o setor se depara há muito com carências, pedindo por isso apoio adicional do executivo, que terá de ser “prolongado no tempo”, como notou, por exemplo, a Wilderness Society.

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