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Cavalos usados nas touradas ignorados pela legislação

Plataforma Basta denuncia que a “legislação que regula as touradas ignora a existência dos cavalos” e revela alegadas práticas como “uso de instrumentos cruéis e doping” naqueles animais.

A morte de um cavalo após uma noite de pesadelo na Praça de Coruche, no dia 6 de julho, suscitou uma reação da Plataforma Basta, divulgada nesta segunda-feira.

Aquele movimento dá conta de alegadas práticas por parte de alguns cavaleiros tauromáquicos, como o “uso de instrumentos cruéis e doping nos cavalos”.

“Os cavalos são forçados a enfrentar touros com recurso a instrumentos cruéis e medicamentos. A morte do cavalo de João Moura Jr. é apenas mais um episódio de violência nas arenas portuguesas, a que se juntam dezenas de outros nos últimos anos, com feridos e mortos, em episódios de extrema violência presenciados por crianças de todas as idades”, pode ler-se, numa nota enviada à imprensa.

A plataforma “lamenta a morte de cavalos na sequência dos espetáculos tauromáquicos realizados em Portugal” e “alerta o Governo para a necessidade de se incluir estes animais na legislação que regula as touradas enquanto estes espetáculos forem permitidos no nosso país”.

“O Regulamento do Espetáculo Tauromáquico não faz qualquer referência aos cavalos, apesar de estes animais serem um dos principais intervenientes no espetáculo. A legislação prevê apenas algumas medidas de bem-estar animal para os touros, tentando minimizar o sofrimento destes animais, antes e após as touradas”, assinala o comunicado.

Relativamente aos cavalos, “não estão previstas quaisquer medidas de bem-estar, nem regras para o alojamento, transporte e assistência veterinária”, quando estes animais são forçados “a entrar nas arenas e enfrentar touros com cerca de 500 quilos”.

“Também não está prevista a assistência veterinária em caso de acidente, ficando o tratamento e destino dos animais nas mãos dos cavaleiros tauromáquicos”, sublinha.

A plataforma Basta de Touradas garante ainda que “continuará a pugnar pelo cumprimento da lei e pelo fim das regalias para as touradas”.

“O fim destes espetáculos de violência e crueldade com os animais está cada vez mais próximo, e é uma inevitabilidade numa sociedade onde a compaixão e o respeito pelos animais é cada vez maior”, conclui.

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