Bruno de Carvalho: “Ser figura pública exige algum estado de loucura associado”
O mais recente post de Bruno de Carvalho é um ensaio filosófico. O ex-presidente do Sporting comenta “arte”, “engenho” e “perceções”, num “compromisso com o fracasso premente”.
Desta vez, não é fácil individualizar os alvos das críticas subliminares. Afinal, “somos feitos de carne, mas temos de viver como se fôssemos de ferro”, como lembrou Sigmund Freud, citado no post do ex-dirigente.
“Ser figura pública tem a sua arte e engenho”, defendeu Bruno de Carvalho.
“Se a primeira já é difícil, juntem a segunda e dá tudo para se tornar num exemplo da Lei de Murphy: ‘Qualquer coisa que possa ocorrer mal, ocorrerá mal, no pior momento possível’, resumindo, se existir a mais pequena probabilidade de algo correr mal, vai mesmo correr mal”.
A interpretação fica a cargo dos leitores. E continuou o ex-dirigente. “Com exposição pública diária o desastre é sempre iminente!”
Para ajudar todas as figuras públicas “a analisar este seu compromisso com o fracasso premente”, o ex-líder leonino abordou primeiro o conceito de arte, no caso a representação, pois ser ator “é uma consequência óbvia de termos de cumprir vários papéis na nossa vida”.
“Só o facto de ser figura pública exige um mediatismo que roça sempre algum estado de loucura associado. (No meu caso, por exemplo, assumido e reforçado!)”, insistiu.
A exposição mediática diária “leva a agudizar essa parte teatral”, que quando é mal conseguida leva ao Princípio de Peter, “Num sistema hierárquico, todo o funcionário tende a ser promovido até ao seu nível de incompetência”.
“A vida é feita de percepções e essas são criadas pelo nosso comportamento público. Assim sejam ou não, para o público em geral são aquilo que derem a conhecer”, explicou Bruno de Carvalho.
Seguiu-se o conceito de engenho, pois, “se a arte falha, o engenho torna-se uma tarefa ainda mais difícil”.
“Se a arte der a percepção esperada o engenho é só a manter”, salientou.
E Bruno de Carvalho concluiu: “Após estas breves notas, já não existe qualquer motivo para uma figura pública falhar… ou talvez não!”