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Arsenal com patrocínio milionário de um dos países mais pobres do mundo

O Governo de Ruanda – um dos países mais pobres do mundo – vai pagar mais de 34 milhões de euros ao Arsenal para estampar publicidade nas camisolas do clube. O negócio está a gerar controvérsia, com várias reações internacionais e pedidos para cessar a ajuda internacional ao país.

As camisolas do Arsenal terão o slogan “Visite Ruanda” estampado durante as próximas três temporadas. De acordo com o DW, o país de leste de África vai desembolsar cerca de 34,5 milhões de euros ao clube inglês, sendo que, na sua grande maioria, a verba ficou ao encargo do Ministério do Turismo ruandês.

O Governo de Ruanda acredita, desta forma, que poderá gerar um retorno turístico avaliado em 700 milhões de euros. O acordo visa também a visita dos jogadores das equipas masculina e feminina ao país.

A divulgação do negócio gerou de imediato controvérsia, desde logo pela paixão assumida de Paul Kagame, o presidente do país, pelo clube da Premier League. Entre as muitas críticas, o executivo é acusado de estar a colocar os seus interesses pessoais na decisão.

Duas décadas após uma Guerra Civil, Ruanda continua a ser um dos países mais pobres do mundo, recebendo, anualmente, milhões de euros em ajuda externa. Ainda assim, de acordo com o DW, nenhum desse dinheiro foi utilizado para o patrocínio.

Alem das críticas vindas do próprio país, também o Reino Unido se mostrou chocado pelos moldes do negócio.

O facto de Ruanda ser dependente do Reino Unido, a nível de ajudas, e estar disposto a gastar milhões numa equipa “rica” tem sido um dos pontos mais discutidos.

A ‘história’ ganhou repercussão também na Alemanha, um dos países que ajuda Ruanda que, com este episódio, vê personagens levantarem a questão sobre a continuidade dessas ajudas.

Por outro lado, Stephan Klingebiel, do Instituto Alemão de Desenvolvimento, considera que o negócio “tem um potencial de impacto global”.

De acordo com dados das Nações Unidas, 60 por cento da população de Ruanda vive com menos de 1,60 euros por dia, ao passo que a ajuda externa representa 17 por cento do orçamento do país.

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