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A carta aberta que Isabel Moreira escreveu a Paulo Portas

A deputada socialista Isabel Moreira escreveu uma “carta aberta” a Paulo Portas, que publicou no Facebook e onde acusa o vice-primeiro-ministro de “extremismo antidemocrático”. De “excelência”, o centrista passa a “secretário”, ao longo de uma missiva irónica.

“Fica aqui a minha singela carta aberta, sabendo que me cruzarei consigo proximamente. Eu, como deputada eleita pelo povo; o senhor, como secretário. De resto, em vários sentidos”, pode ler-se, na missiva.

Eis o último ponto da carta que Isabel Moreira dirigiu a Paulo Portas, depois de o vice-primeiro-ministro ter considerado que a maioria de esquerda que está a ser formada ser, segundo Portas, “um golpe de secretaria”.

Isabel Moreira – que começa a carta com um irónico “excelência”, reagiu mal ao que chama de “slogan” e acusou Portas de um ataque “ofensivo para todos os portugueses”.

A deputada socialista lembra o líder centrista do passado: “É do seu conhecimento que num debate com Pedro Passos Coelho defendeu, e bem, que os governos se formam no parlamento – deu o exemplo de uma hipotética maioria parlamentar de direita que o povo elegesse”.

E prossegue: “Nós, humildes cidadãos, estamos recordados das suas palavras, de resto corretíssimas e em conformidade com o sistema de governo em que vivemos”.

No ponto seguinte da carta, Isabel Moreira diz que Portas “defendeu, portanto, a total legitimidade do diálogo atual do PS com a CDU e o BE, com vista a que da AR emane um governo de suporte maioritário de esquerda, porque os cidadãos elegem deputados que decidem quem governa, não elegem governos”.

E por isso a filha de Adriano Moreira não compreende as palavras de Paulo Portas, em reação ao acordo de esquerda que se perfila. “Vem agora Vossa Excelência afirmar a linha que seguirá na oposição: estamos perante um ‘golpe de secretaria’.”

“Para além do que releva dos juízos que cada um faça da sua conduta, vejo-me forçada a dizer-lhe que o extremismo antidemocrático encontrou na sua pessoa um representante de boa oratória”, acusa ainda a deputada.

“Ter a casa da democracia como uma “secretaria” é ofensivo para todas e todos os portugueses recordados de uma assembleia nacional, essa sim, muito parecida com uma secretaria”, pode ler-se.

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