A descoberta, em dezembro, de um cão abandonado para morrer com o focinho e as patas presos chocou os amantes dos animais. O autor do crime foi identificado e levado a tribunal, tendo ficado a saber a sentença na segunda-feira.
Micheline Rawlins, juíza do tribunal de Ontário, no Canadá, condenou Michael Earl Hill, de 32 anos, a dois anos de prisão pelo crime de maus-tratos sobre animais, dando como provado um crime de sofrimento desnecessário.
Mas Michael Earl Hill não vai para a prisão. Pelo menos para já, pois ficou com a pena suspensa por três anos.
O arguido foi ainda proibido de ter qualquer animal nos próximos 25 anos.
Abandonado para morrer
O crime remonta a dezembro, quando um homem que passeava o cão descobriu um outro deitado num terreno baldio, na zona de Windsor, no Ontário.
O cão, um patterdale terrie com 7 anos, tinha sido abandonado para morrer com o focinho, o pescoço e as patas atados – de forma apertada – com cabo eléctrico e fita adesiva.
O cabo no focinho estava tão apertado que o cão quase não conseguia respirar.
Na altura, o veterinário que o tratou de urgência garantiu que o animal iria morrer em poucas horas se não tivesse sido descoberto.
Abandonado por causa de um bebé
E como é que Justice (‘Justiça’, o nome dado ao cão depois de salvo) foi parar às mãos de Michael Earl Hill?
O mediatismo do crime levou à identificação quase imediata dos donos do patterdale terrie: Jessica Hems e Adam Esipu.
O casal tornou-se logo no ódio de estimação da comunidade e foi procurar ajuda junto de uma associação animal que tinha dado a conhecer o crime perpetrado sobre Justice.
Jessica Hems e Adam Esipu explicaram que tinham entregue o cão a Michael Earl Hill, pois tinham um bebé, recém-nascido, que era alérgico ao pelo do patterdale terrie (então chamado Nos).
O casal pagou 60 dólares canadianos a Michael Earl Hill para que este entregasse o cão à associação (a mesma à qual o casal foi pedir ajuda), pois Jessica e Adam não tinham coragem para o fazerem.
A 18 de dezembro, Michael Earl Hill foi detido sem fiança, tendo aguardado julgamento em solitária.